domingo, 29 de julho de 2012

Motivação para o seu Jiu-Jitsu




Na revista GRACIEMAG N° 135 uma matéria sobre O Enigma da motivação, Como Manter a chama do seu Jiu-Jitsu Acessa.


Segue abaixo o texto para não deixar a desmotivação acabar com o seu Jiu Jitsu.


NÃO DEIXE A CHAMA MORRER
Dicas Para nunca Perder um Treino


“Sempre coloque um objetivo na sua vida, para ter sempre uma motivação de continuar treinando. O bom profissional é aquele que nunca acha que conquistou o bastante, que sempre quer algo a mais, e que está disposto a fazer sacrifícios para continuar em busca dos seus objetivos”.
Rubens Cobrinha.


“Da mesma forma como não se questiona acordar todos os dias para trabalhar, o treino é algo inquestionável. Quando chegar a hora de ir treinar, simplesmente pegue o kimono e vá”.
Robert Drysdale


“Se não encontrar outras razões, treine pela saúde. A qualidade de vida, a disposição e o otimismo que eu conquistei praticando Jiu-Jitsu não têm preço, e tem sido também, fonte permanente de motivação”.
Mauricio Robbe


“Faça uma avaliação geral na sua vida e descubra o que não está deixando você focado ou entusiasmado com o treino ou competição. Briga com a namorada, falta de apoio da família, falta de dinheiro, ambiente de treino, dificuldade de transporte, falta de direcionamento, estar de mal com o mundo – Esses são só alguns empecilhos para testar se você realmente tem o olho de tigre necessário para abraçar o Jiu-Jitsu de vez”.
Saulo Ribeiro

domingo, 22 de julho de 2012

A dieta da família Gracie


Seguir a dieta Gracie é um bom caminho
Pensando nos leitores deste blog, resolvi inserir uma seção sobre a filosofia da arte suave. Este esporte vai além dos tatames, é algo como uma religião, descanso, boa alimentação e a paz espiritual caminham lado a lado para uma boa performance na luta.


Kyra Gracie

A família Gracie é conhecida por suas conquistas nas Artes Marciais e estabeleceu o Jiu Jitsu Gracie no Brasil em 1925. Eles atribuem seus extraordinários sucessos a um regime nutricional restrito que é o resultado de 65 anos de pesquisas e experimentação por parte do Grande Mestre Carlos Gracie.
A Dieta Gracie é baseada em comer alimentos naturais, combinando-os de forma a permitir sua mais eficiente digestão. A dieta foi desenvolvida para promover o maior nível de saúde através da prevenção de reações químicas prejudiciais no processo digestivo, tais como acidez e fermentação.
O Básico da Dieta Gracie

Rorion Gracie, autor do livro sobre a dieta, diz “A Dieta Gracie não é um programa rápido de perda de peso. Na verdade, ela não deve nem ser chamada de dieta já que não proíbe a ingestão de nenhum alimento. A Dieta Gracie se concentra na educação alimentar e reprogramação dos seus hábitos alimentares. Ao reestruturar esses hábitos, uma dieta saudável vai naturalmente se tornar parte do seu estilo de vida”.
Para mudar sua dieta, você primeiro deve estabelecer um ponto de base para ajudá-lo a entender mais sobre seu comportamento diante da comida, o que é feito através de um questionário. Suas respostas vão lhe fornecer uma compreensão maior sobre o que, quando e como você come, para a partir daí auxiliá-lo a identificar as atitudes positivas que você deve tomar para melhorar sua dieta.
Pequenas mudanças são as mais fáceis de concretizar. Por isso, lhe será dado muito tempo para se ajustar gradualmente enquanto você aprende a incorporar os princípios da Dieta Gracie em sua rotina diária. Você deve passar uma semana em cada fase antes de passar para a próxima fase, de modo que a sua transição seja suave e sem grandes impactos.

Fases da Dieta Gracie

Fase 1
Envolve dar um intervalo de, no mínimo, 4 horas e ½ entre as refeições e comer apenas 3 vezes ao dia. Isso é importante porque as reações químicas resultantes do consumo contínuo de alimentos antes da digestão estar completa aumenta a fermentação e acidez do sangue. Na Dieta Gracie você deve abandonar o hábito de fazer lanchinhos e se limitar a beber água no intervalo entre as refeições.

Fase 2
Envolve eliminar sobremesas e refrigerantes. Mais tarde lhe será permitido comer sobremesas, mas o desafio nessa fase é aprender quando e como comê-las. Se você ainda se sentir com fome após as refeições, você não deve comer sobremesas e, ao invés disso, ingerir mais uma porção da sua refeição. Você pode comer frutas, mas como parte de uma das três refeições do dia, nunca como sobremesa ou lanche.

Fase 3
Nessa fase você aprende a não misturar diferentes tipos de amido na mesma refeição. Por exemplo, se a refeição contém pão, então você pode ingerir outro alimento à base de trigo, tal como macarrão, mas não pode comer outro tipo de amido, como arroz ou batatas.
Uma vez que você passou pelas 3 fases, você aprende os detalhes mais finos da dieta, que envolvem combinações bastante específicas de alimentos.

Dicas da Dieta Gracie
Regra básica sobre carboidratos
Nunca combine trigo ou arroz ou batata uns com os outros, eles não combinam entre si. Isso quer dizer que você não deve comer macarrão se houver arroz ou batata na sua refeição; não deve comer purê se houver arroz ou pão na sua refeição; e assim por diante.
Milho combina bem com outros amidos (por exemplo, milho e seus derivados combinam com pão, massa, arroz e batata)
Banana não combina com pão! Por isso, se for comer banana no café da manhã, esqueça o pão com manteiga ou a torrada.
Alimentos que devem ser ingeridos sozinhos
Alguns alimentos não combinam com outros, e devem ser ingeridos sozinhos. Carlos Gracie, criador da dieta Gracie, se referia a eles como alimentos do Grupo D.
Depois de comer algum dos alimentos do Grupo D, você deve esperar 3 a 4 horas para seu corpo digeri-lo antes que você possa comer outra coisa.
Os alimentos do Grupo D são:
Maçã
Damasco
Cereja
Groselha fresca
Uva (se for ácida)
Pêssego
Pêra (se for ácida)
Ameixa (se for ácida)
Amora
Framboesa
Morango
Manga
Abacaxi
Cidra
Nêspera
Romã
Marmelo
Toranja (grapefruit)
Limão
Laranja
Tangerina
Leite com acidophilus, ou Yakult
Kefir
Coalhada
Iogurte
Importante: os alimentos individuados na lista acima NÃO combinam com nenhum outro alimento e nem uns com os outros! Isso significa que você não deve fazer suco misturando essas frutas, nem tomar sucos dessas frutas com suas refeições, e tome cuidado com saladas de frutas!

quarta-feira, 18 de julho de 2012

O Jiu-Jitsu e a guarda


Bem antes das finalizações consagradoras de Fabricio Werdum (sobre o poderoso Fedor) e de Anderson Silva (sobre o “poderosão” Sonnen), sua revista mais completa sobre Jiu-Jitsu já reforçava a importância da guarda.

Em fevereiro de 2009, GRACIEMAG publicou a reportagem de capa abaixo, destrinchando os aspectos mais importantes desta posição essencial nos ringues e dojôs. Confira, reveja e assine logo sua GRACIEMAG para mais reportagens como essa, capazes de levar seu Jiu-Jitsu, e sua leitura, a um outro patamar.


Rilion ensinando guarda aos alunos em Miami. Foto: Ray Santana.

Sim, você nem lembra, mas já nasceu fazendo guardinha. Se parou de treinar por uns tempos o vacilo foi seu. Afinal, a posição, eterna salva-vidas dos lutadores de Jiu-Jitsu nos ringues, já estava consagrada há tempos. Anos. Séculos.

Quem olhar a obra-prima “Riña en el Mesón del Gallo”, tela de um dos melhores pintores de todos os tempos, se não o melhor, Francisco Goya, pode observar a seguinte cena: uma briga de bar, espanhóis dando pauladas para todos os lados. No centro da tela, um cara em posição superior parece… estar passando a guarda! Bem, deve-se ter um pouco de imaginação para ver isso.

Mas a criatividade esteve sempre ligada à guarda. Num livro obscuro, encontrado nas prateleiras do estudioso Márcio Feitosa, professor da Gracie Barra, pode-se ler uma teoria de que pigmeus africanos já valorizavam, no combate corpo-a-corpo, a técnica de manter as pernas entre o feroz agressor e o seu nariz. Espernear, portanto, sempre foi a salvação.


O quadro de Goya, pintado em 1777, está hoje no Museu do Prado, em Madri.

Foi o Jiu-Jitsu brasileiro, no entanto, que melhor explorou e valorizou a guarda, como a arte de se defender no chão e equalizar os pesos do agressor e do agredido. Mais do que o judô, sambo ou qualquer outra.

Mas, e os japoneses? Não foram eles que criaram a técnica? Não existem escolas até hoje que priorizam a parte de grappling no judô, parte esta chamada por eles de newaza? Sim, é verdade. Perguntemos, então, a um especialista como o carioca Flávio Canto, o chão mais ofensivo do judô mundial, como ele vê a questão.

“Acho o Jiu-Jitsu brasileiro excepcional. Sua grande contribuição para o newaza mundial, e para o jogo de guarda, foi aliar uma quantidade tão grande de praticantes com a criatividade do brasileiro. Daí surgiu toda a gama de posições e situações inéditas, consagradas hoje”, diz o medalhista olímpico em Atenas-2004. “Guarda-aranha, por exemplo, eu nunca vi antes em lugar nenhum, é coisa do Jiu-Jitsu brasileiro. Outro aspecto positivo da arte é cair fazendo guarda e virando-se sempre de frente para o adversário, afinal ninguém tem olho na nuca. É este reflexo que falta a muitos judocas e wrestlers.”

De pedra em pedra, a muralha

Quando aportou no Brasil no início do século XX, o japonês Conde Koma não trouxe apenas um eficaz jogo de pernas, aprendido com afinco pelo jovem Carlos Gracie. Passou também lições orientais de disciplina, saúde e honra que permeariam a história da família para sempre. Buscando espalhar a arte que lhe dava tantos benefícios, Carlos começou a fazer história – e a escrever também a história da guarda. “Ele foi o primeiro ocidental a superar um campeão oriental, em 1924, numa época em que os japoneses achavam os ocidentais uns degenerados”, lembra o filho Rilion Gracie, considerado a melhor guarda da família. Foi contra Geo Omori, quando o grande mestre puxou para a guarda e aplicou um tomoe-nage, o popular “balão”, e caiu montado. O Gracie então estalou o braço do valente japonês, que mandou a luta seguir com as veias saltadas.

Mais tarde, em 1951, quando o irmão Helio Gracie fechou a guarda e, com seus pulsos (fortes até hoje), pôs o exímio judoca Jukio Kato para dormir, num estrangulamento de gola, a arte da guarda estava consagrada. E pronta para continuar sendo desenvolvida, graças à criatividade e suor de outros Gracies, Barretos, Hemetérios, Machados, Vigios, Alves, Virgílios, Gomes, Behrings, Duartes, Penhas, Jucás, Castello Brancos, Góes, Vieiras, Santos e Silvas. E até um Stambowsky. Cada novo fiel adepto da guarda ia dando sua contribuição, depositando uma pedra aqui, cimentando ali, e ajudando a erguer a reputação da guarda como essência do Jiu-Jitsu.

A metáfora de construção, na verdade, não é gratuita. Para Carlos Gracie Jr., a posição de guarda é como a fortaleza que dá segurança ao lutador. Você não perde necessariamente a guerra se não tem uma muralha sólida, mas que ajuda, ajuda. Inclusive para, do alto dela, postar seu arsenal ofensivo: “A guarda é a fortaleza do lutador de Jiu-Jitsu. Você escolhe se prefere lutar com ela aberta ou fechada”, ensina.

“Numa guerra, o mais inteligente é o quê?”, indaga Carlinhos. “Começar a guerra de portões fechados. Na guarda fechada, você está guerreando com o inimigo fora dos seus muros. Se o cara abre sua guarda, ele derruba sua porta levadiça. É a posição limítrofe, que obviamente exige nova estratégia. Se ele invadir, ou seja, passar sua guarda e chegar do lado, a batalha começa a se desenrolar dentro dos seus domínios, com você muito mais exposto. Complicou, vai exigir o triplo de força para você se defender, mas não quer dizer que não haja saída.”



O escudo vira arma

No Rio dos anos 1950, o Jiu-Jitsu já era famoso por dar a qualquer magrinho a chance de ser sua própria fortaleza. Foi, então, a vez de Carlson Gracie dar sua contribuição à guarda – primeiro em seus tempos de lutador, depois com seus alunos. Competitivo ao extremo, Carlson começou a especializar seus alunos, para ganhar os campeonatos. Era quando bradava: “Ou és guardeiro, ou és passador”. Se o leitor perguntar quem foram seus melhores pupilos, quatro bons guardeiros estarão certamente na lista: Cássio Cardoso, Ricardo de la Riva, Sergio Bolão e Murilo Bustamante.

“Há o mito de que o Carlson só treinava passadores de guarda. Mas além do De la Riva, ele tinha outro aluno, Marcelo Duque Estrada, o Homem-Polvo, hoje juiz, que tinha uma guarda incrivelmente elástica”, comenta o mestre faixa-coral Redley Vigio. “Cássio Cardoso, por exemplo, era completo. Mas a guarda dele de fato marcou: todo estudante de Jiu-Jitsu devia assistir à sua luta de uma hora de duração contra Marcelo Behring, em 1988. Marcelo também tinha uma senhora guarda, e o final é sensacional. Está toda no Youtube.”



Grandes para a época, com cerca de 76kg, Cássio tinha no aluno de Rickson Gracie seu maior rival, e a luta de uma hora foi o tira-teima entre os dois, realizado na Lagoa, na casa de shows Jardim Babilônia, ex-Roxy Roller. “Carlson me disse para puxar para a guarda e cansá-lo. Usei até uma raspagem que aprendi com Marcio Macarrão, mas na época não valia ponto. No fim, passei a guarda três vezes e ele passou uma, 6 a 2, na pontuação da época. Hoje, seria algo como 21 a 5”, comenta Cássio, de 46 anos.

Até 1994, não bastava o lutador de baixo inverter a luta e cair por cima para ganhar os pontos de raspagem – tinha de fazê-lo usando apenas golpes reconhecidos, como o tomoe-nage, ou o pé na virilha, ou a tesoura clássica, entre outros poucos. Com a reforma de regras, proposta pela recém-inaugurada Confederação Brasileira de Jiu-Jitsu, bastava aos guardeiros passar a ficar por cima para faturar dois pontos. Eles agora estavam prestigiados. E prontos para surpreender.

“A guarda, que até 1994 era mais um escudo, passou a ser a arma que podia decidir a luta. Lembro de ter visto na academia, em 1987, Renzo Gracie fazer guarda-aranha pela primeira vez. Como ele era um cara com muitos recursos, usava pouco nas competições. Eu, magrinho, adorei a invenção e surpreendi muita gente”, lembra Vinicius Magalhães, o Draculino, de 37 anos. O show dos guardeiros começava. No mesmo ano, com o gancho de fora enrolado pelo seu pé largo e mole, Ricardo de la Riva conseguiu parar o ímpeto do praticamente imbatível Royler Gracie, e ganhou uma guarda com seu nome.

Com um “joelho morto”, como lembra, Roberto “Gordo” Corrêa foi obrigado a improvisar e também deixou sua marca na arte. “A meia-guarda, que até então podia ser considerada uma posição favorável ao atleta de cima, quase tão boa para atacar como do cem-quilos, é hoje uma posição perfeita para o cara de baixo contra-atacar. Não tem jeito, o Jiu-Jitsu segue em franca evolução”, observa Carlinhos Gracie.



Perna dura? Ok, você ainda pode ser um ótimo guardião

Difícil falar na evolução da posição sem citar dois outros foras-de-série. Roberto “Roleta” Magalhães, o engenheiro das raspagens, influenciou uma geração com golpes novos, armadilhas improváveis que superaram, nos Mundiais, craques de diversas gerações – de Wallid Ismail (1996) a Zé Mario Sperry (1998), de Amaury Bitetti (1999) a Fernando Margarida (2000). Não à toa, os três donos das guardas mais admiradas da atualidade – Rubens Cobrinha, Bráulio Estima e Roger Gracie – consideram a ele, Roleta, o melhor que já viram lutar. Outro exímio guardeiro, com finalizações surreais, foi Antonio “Nino” Schembri, que também deu novo ritmo ao Jiu-Jitsu ofensivo – no caso, o rock de seu ídolo Elvis Presley.

Alongados, de pernas fortes e flexíveis, os dois ases da Gracie Barra ajudaram a solidificar o mito de que guarda eficiente é guarda elástica, quase mágica. Não necessariamente. Árbitro da batalha entre Roleta e Wallid, no Mundial 1996, o policial Sergio Ignácio cansou de treinar com as melhores guardas da Gracie Barra. Passador dos bons, forte, adepto daquele jogo de amassar, viu-se num dilema na faixa-marrom: “Ou eu aprendia a fazer guarda, ou Carlinhos não me graduaria faixa-preta. Foi quando expus meu problema para Renzo, e ele me deu o pulo do gato que acabaria com meu temor de fazer guarda: a boa reposição não exige elasticidade, abertura de pernas – basta você não deixar o cara passar da linha do seu joelho. Essa lição facilita muito para repor”.

A partir daí, seu jogo de guarda pode ganhar asas. Como o “Carcará” Bráulio Estima revela: “Quando eu ataco, faço de trás para a frente. Primeiro, bloqueio a defesa do adversário para o meu ataque, e só depois busco o golpe fatal. São ajustes mínimos. A primeira coisa a fazer é quebrar a postura do adversário. Aí trabalho e tento anular sua defesa, antes mesmo de atacar. Assim, se eu ataco um triângulo mas o cara defende, acaba sobrando um braço. Hoje, o bom guardeiro não é aquele que defende a melhor passagem do adversário, e sim aquele que não deixa o adversário começar a aplicar sua melhor passagem. Não se pode deixá-lo desenvolver seu melhor jogo. É o famoso ‘passo à frente’”.


Para você chegar a um estágio avançado, porém, jamais se esqueça de construir uma base sólida, para sua muralha não ruir: “Quem quer ter uma boa guarda deve aprender e treinar todas as etapas da guarda”, diz Fabio Gurgel, líder da Alliance. “Primeiro fechada, com o adversário de joelhos; depois com o mesmo em pé; depois a guarda clássica com pé na virilha e suas variações. Insista no básico, que depois seu biótipo e seu tipo de jogo vão certamente definir o que é ideal para você.” Pronto, agora você está pronto para espernear – desta vez, com toda a classe.

FUNDAMENTOS DO JIU-JITSU
O Jiu-jitsu é uma luta de origem japonesa cujo objetivo é dominar o adversário através de técnicas e mobilização, estrangulamento ou chave-articular. As técnicas de estrangulamento e chave-articular têm como finalidades fazer com que o adversário desista da luta. Um dos princípios do Jiu-jitsu é utilizar golpes que constituem alavancas mecânicas e nesse sentido possibilitam que um indivíduo com menor força muscular consiga vencer um adversário mais forte, porém com menor habilidade nas execuções das técnicas.
TÉCNICAS
1.     Projeções (quedas)
2.     Traumatismo (Atemi)
3.     Torções
4.     Estrangulamentos
5.     Pressões
6.     Imobilizações
7.     Desequilíbrios e Inversões no solo

As regras do jiu-jitsu sportivo


O jiu-jitsu é a arte marcial mais antiga, perfeita, completa e eficiente de Defesa Pessoal. Sua origem apesar de contraditória é atribuída a China depois Índia, Japão e Brasil, onde se desenvolveu, aprimorou e tornou-se o centro mundial desta preciosa arte.
O jiu-jitsu desportivo é a parte competitiva, onde os atletas exibirão suas habilidades técnicas, físicas e psicológicas com o objetivo de alcançar a vitória sobre seus adversários.
Os golpes válidos são aqueles que procuram neutralizar, imobilizar, estrangular, pressionar, torcer articulações, como também lançar seu adversário ao solo através de quedas enquanto os golpes não válidos, considerados desleais, como morder, puxar cabelo, enfiar os dedos nos olhos, atingir os órgãos genitais, torcer dedos ou qualquer outro processo tendente a traumatizar com o uso das mãos, cotovelos, cabeça, joelhos e pés.
As competições são o marco do esporte, é o momento mais importante para os atletas, técnicos-professores e para todos aqueles que estão envolvidos direta ou indiretamente, não cabendo pôr tanto, a vitória a qualquer custo, ao contrário o fair play deve ser o principal norteador. O comportamento ético é o que dará ao esporte credibilidade e segurança, fatores indispensáveis ao nosso esporte, pois, pôr isso só, já conquistamos o espaço na sociedade, em seus aspectos de eficiência e de eficácia, tornando-o o esporte espetáculo.
Assim sendo, para se almejar a participar do maior espetáculo do mundo, que é as Olimpíadas, devemos estar imbuídos deste objetivo, tornando o jiu-jitsu desportivo a nossa meta.
O regulamento é a carta magna do esporte, nesta consta os direitos e deveres, de todos aqueles envolvidos, como atletas, técnicos-professores, dirigentes, e até mesmo o público assistente. Pois teremos a responsabilidade de cumprir e fazer cumprir este regulamento, pois, só assim, poderemos conquistar os nossos objetivos.
Artigo 1°- Área de Competição
É toda a área que componha o palco da competição, que poderá ser composta de uma ou mais áreas de lutas, com todo pessoal de apoio: direção dos trabalhos, arbitragem, cronometristas, fiscais, segurança e um departamento disciplinar convocado pela diretoria que atuará no julgamento no decorrer do evento, com poderes de punir qualquer conduta antiesportiva ou ética de técnicos-professores, atletas, árbitros e de qualquer assistente que se mantenha no recinto da competição que esteja atrapalhando o bom andamento do evento em questão.
ÁREA DE LUTAS: Cada área (ringue) será composta de no mínimo 64,00 m2 e no máximo de 100 m2. A área de 64 m2 será assim dividida: Área interna, (Área de Combate) 36,00 m2. Área de Segurança, composta de tatames em toda a volta da área de combate sendo que de cor diferente. Exemplo: tatames de 2x1: 18 placas na área de combate e 14 placas na área de segurança.


Artigo 2°- Equipamentos
MESA DIRETORA: Será a mesa de direção dos trabalhos da competição, onde ficará somente o locutor controlador das chaves e autoridades competentes; ficará ela, localizada à frente do ringue, devendo tanto quanto possível, ser uma mesa para cada área de luta. Paralelamente à mesa diretora ficarão as cadeiras para os Árbitros e Anotadores e somente eles poderão ocupar as essas cadeiras. Ao lado das cadeiras dos árbitros ficará uma mesa, que será ocupada pelo Fiscal da arbitragem. Cabe ao Fiscal da arbitragem fiscalizar o bom andamento da arbitragem, também fiscalizará as credenciais dos atletas da competição.
 A) Cadeiras e mesas
Haverá mesas laterais em posição estratégica para o assentamento de toda essa equipe de trabalho.
b) Placar
Para cada área de combate haverá dois placares, indicando a contagem horizontalmente, situados fora da quadra de competição, onde possa ser facilmente visualizados pelos árbitros,membros da comissão, oficias e espectadores.
 c) Cronômetros
Serão necessários os seguintes cronômetros:
Duração de combate – um
Reserva – um
Artigo 3º- Arbitragem
O combate será conduzido por um árbitro central sob supervisão da comissão de arbitragem. O árbitro central será assistido pelos anotadores e cronometristas. O árbitro central será a autoridade máxima dentro do ringue, não podendo ninguém mudar o seu resultado, a não ser o próprio, em casos de interpretação errada do placar, cabendo a ele unicamente o comando da luta e a possibilidade de desclassificação dos lutadores durante a luta. Em casos especiais o Tribunal de Justiça Desportiva da CBJJ, poderá julgar e decidir no resultado, cumprindo os prazos legais. Caso o árbitro mostre-se incapacitado de continuar a arbitrar pôr motivos de erros, os Fiscais do evento poderão trocá-lo.
Durante o combate o Árbitro Central, estará sempre dirigindo os lutadores para o centro da área de luta (ringue), caso perceba que os lutadores estão muito próximos à linha divisória conduzirá a luta para o centro, e dizendo energicamente a palavra “PAROU”, seguido do gesto relativo a este comando, os lutadores não poderão se mexer até que determine a continuação da luta. O mesmo ocorrerá quando os lutadores tenham até 2/3 (dois terços) do corpo para fora da área de luta. O Árbitro puxará os contendores para o meio, obedecendo à mesma posição em que estavam, caso o Árbitro tenha dificuldade de mover os atletas, o mesário e somente ele, ajudará o Árbitro ou poderá fazer com que os atletas se coloquem de pé e retornem para o centro da área de luta na mesma posição.
O Árbitro não permitirá a interferência de terceiros durante a luta, o médico, enfermeiro ou massagista, somente poderão dar assistência quando solicitados e autorizados pelo Árbitro.
Durante o transcorrer da luta, é rigorosamente proibido a quem quer que seja, exceto o Árbitro, conversar com o mesário, o qual também não pode dirigir a palavra a outras pessoas exceto ao Árbitro e este só poderá conversar com os lutadores, com o anotador e com a mesa Diretora.
Expirado o tempo determinado para o combate, o cronometristas notificará, imediatamente, o árbitro central, por um sinal claramente audível.
Após a mesa apitar o término do combate, o árbitro poderá dar uma vantagem para o atleta que estiver em posição que vale ponto e este não tiver sido dado ainda, ou no caso de uma posição de finalização que estiver encaixada, exceto para queda que deverá ser dado o ponto, pois esta não precisa de tempo para domínio.
O mesário deverá se certificar de que está completamente atualizado dos comandos e gestos atualmente usados para a marcação dos pontos.
As anotações nos placares serão de responsabilidade do mesário, não podendo quem quer que seja exceto o Árbitro Central, influir ou modificar as suas anotações.
OBS: Fica a critério da CBJJ a utilização de três árbitros por área, sendo que, quando os três estiverem em atuação os critérios são estes: Os dois árbitros laterais têm poderes iguais ao Central, ou seja, de validar os pontos, vantagens ou punições que árbitro central tenha marcado ou não, e discordar da pontuação validada pelo árbitro central.
 Sempre teremos o critério de dois contra um, isto é, quando dois estiverem de acordo e um não concordar, fica valendo a pontuação dos dois que haviam concordado. Caso os dois árbitros laterais marcarem pontos, vantagens ou punições e o Central não tiver marcado, este tem de acatar a marcação dos dois laterais e, caso os três tenham marcado pontuações diferentes fica valendo a pontuação intermediária. Ex: O central marca ponto de passagem de guarda, um lateral marca somente uma vantagem e o outro lateral não marca nada. Ficará validada a pontuação de vantagem por ser a intermediária.
IMPORTANTE: Toda e qualquer situação que possa acontecer que não estiver especificado neste manual de regras ficará a critério a decisão por conta do Árbitro central.
Posição e função do árbitro central
O árbitro central de modo geral deverá permanecer na área de combate.Deverá dirigir o combate proferindo os resultados e certificando-se que suas decisões sejam corretamente registradas no placar.
O árbitro central colocará de frente para a mesa, e o primeiro atleta a ser chamado ocupará o lugar a sua direita e receberá a faixa verde e amarela de identificação da arbitragem, caso os atletas estejam com kimonos da mesma cor, o outro atleta ocupará a sua esquerda, caso estejam de kimonos de cor diferente o atleta de kimono azul ficará do lado direito do árbitro e os atletas de kimono preto ou branco do lado esquerdo, e caso um dos atletas esteja de kimono branco e o outro de preto, o de preto ficará do lado direito, e após as recomendações e cumprimento de praxe, ordenará o início da luta, dizendo combate.
Os lances técnicos das lutas, à ordem do Árbitro Central, serão anotados em placares ou papeletas próprias pelo anotador de acordo com os pontos correspondentes. Caso haja empate nos pontos ou vantagens determinados pelo Árbitro, ou não tendo havido pontos durante o combate, o Árbitro Central, após analisar qual dos lutadores desempenhou maior performance, de acordo com o regulamento, dá a vitória ao atleta que ele julgou com maior ímpeto e virilidade durante a luta. Não haverá empate em hipótese alguma. Compete ao Árbitro Central determinar o vencedor da luta, sendo sua decisão soberana.
O árbitro central deverá assegurar-se de que tudo esta correto; por exemplo: área de combate, equipamentos, uniformes, higiene, oficiais, etc., antes de iniciar o combate.
O árbitro deve se certificar de que não haja espectadores, torcedores ou fotógrafos em posições que possam incomodar ou provocar riscos e de ferir os competidores.
 INTERPRETAÇÃO DO PLACAR
 O placar tem os seguintes pontos colocados horizontalmente lado a lado:
4 pontos – montada e pegada pelas costas
3 pontos – passagem de guarda
2 pontos – queda, raspagem e joelho na barriga
-1, -2...  - punições
1, 2, 3... – vantagens
4
3
2
-1
1
Montada
Passagem de
guarda
Queda
Punições
Vantagens
Pegada pelas
costas
Raspagem
Joelho na
Barriga
O árbitro tem que em primeiro lugar olhar para os pontos, vence o atleta que tiver o maior somatório de pontos, caso estejam empatados, o árbitro olhará para as vantagens, ganhando quem tiver maior número, caso continuem empatados, perderá aquele que tiver o maior número de punições, porem se com todos estes critérios a luta terminar empatada em pontos vantagens e punições, caberá ao árbitro decidir quem será o vencedor pois nenhuma luta pode ter no final um empate.
Medidores
O medidor verificará antes da luta, o comprimento das unhas dos atletas, cor e estado da faixa e o estado do kimono (deverá passar pelo padrão exigido pelo medidor oficial da CBJJ)
 Tamanho do medidor: Altura total do medidor:..............................15,0 cm
                                  Largura do medidor:...................................3,5 cm
                                  Tamanho da gola:......................................5,0 cm
                                  Largura da gola:........................................1,5 cm
                                  Largura da manga em todo seu comprimento: 7,0 cm

Artigo 4º - Gestos
O árbitro central fará os gestos abaixo, indicados de acordo com as ações seguintes:

Queda,raspagem e joelho na barriga: o árbitro levantará a mão referente ao atleta que esteja com a faixa ou o kimono de identificação sinalizando 2 pontos.
Passagem de guarda: o árbitro levantará a mão referente ao atleta que esteja com a faixa ou o kimono de identificação sinalizando três pontos.
Montada pela frente, montada pelas costas e pegada pelas costas: o árbitro levantará a mão referente ao atleta que esteja com a faixa ou com o kimono de identificação sinalizando 4 pontos.
Penalidades: o árbitro com os punhos fechados dobrará seus braços na altura do peito fazendo movimento circulares com os antebraços e levantando o braço na altura do ombro com a mão fechada referente ao atleta punido em seguida dará uma vantagem ou dois pontos para o outro.
Vantagens: o árbitro estica o braço referente ao atleta que esteja com a faixa ou com o kimono de identificação na altura dos ombros.
Para interrupção da luta: O árbitro abrirá os dois braços ao mesmo tempo, na altura dos ombros.
Para interrupção do tempo de luta: O árbitro colocará uma mão em baixo da outra em forma de “T”, determinando assim que o mesário interrompa o tempo durante o período determinado pelo árbitro.
Para desclassificação: O árbitro cruzará os dois braços no alto e após apontará para o atleta desclassificado.
Para retirar um ponto atribuído: O árbitro levanta o braço esticado no alto referente ao atleta dado o ponto e balança o braço.
Para amarração da luta: O árbitro coloca as mãos em cima dos antebraços na altura do peito sendo que para a punição verbal ele somente fará o gesto sem punir o infrator, do segundo gesto em diante ele irá punir de acordo com a regra pertinente a amarração.
Para começar a luta: O árbitro posiciona os atletas um de frente para o outro e colocará um dos braços esticado a frente na altura dos ombros entre eles e abaixará o braço falando ao mesmo tempo a palavra “combate”.
Artigo 5º - Decisão das lutas
Não haverá empate, as lutas serão decididas por:
I – Desistência
II- Desclassificação
III- Perdas dos sentidos
IV- Pontos
V- vantagens (combatividade)
I- DESISTÊNCIA
Desistência é a superioridade técnica que um dos atletas impõe ao adversário decretando sua derrota. Ela pode ocorrer nas seguintes hipóteses:
1- Ao atleta que dá duas batidas com a palma da mão no adversário, ou no chão, ou em si próprio, de forma manifesta e visível;
2- Ao atleta que estando com as mãos e os braços presos desiste com duas batidas com os pés no chão;
3- Ao atleta estando com as mãos, braços e pernas presas, pedindo ao Árbitro que pare a luta;
4- Ao atleta que se acidentando ou sentindo-se sem condições técnicas ou físicas, desiste pedindo ao Árbitro que pare a luta;
5- Em todas as categorias o Árbitro, verificando um golpe perfeitamente encaixado e na certeza que poderá expor o atleta a sérios danos físicos, interrompe parando a luta e dando vitória a quem deu o golpe;
6- Quando o professor e técnico de um dos atletas, reconhecendo a derrota, pedem a sua desistência, dirigindo-se ao Árbitro em voz alta e firme, pedindo para parar a luta ou ainda jogando a toalha na área de luta;
7- Ao atleta que, com um golpe encaixado, fala ou grita "Ai", será o mesmo que bater.
8- Ao atleta que alega estar sentindo câimbras será o mesmo que bater.
Quando o Árbitro, verificando que um dos atletas acidentando-se ou ainda por determinação do médico da competição, ficando comprovada a impossibilidade de continuar a luta ou sangrando sem parar, tendo direito a dois pedidos médicos, caso não pare o sangramento após o 2º pedido, dá a vitória ao adversário, desde que não tenha havido falta intencional de desclassificação.
II- DESCLASSIFICAÇÃO
FALTAS GRAVES:
1o ) São as que acarretam desclassificação imediata pelo Árbitro, são elas:
a) Proferir palavras obscenas, de baixo calão, ou atitudes acintosas de imoralidade, ou desrespeito à mesa, ao Árbitro, ao público e ao adversário.
b) Morder, puxar cabelos, golpes nos órgãos genitais, nos olhos, golpes traumáticos (socos, cotoveladas, joelhadas, cabeçadas, pontapé e etc.), aplicar chave de calcanhar ou chave que torça o joelho, bate-estaca, tesoura e cervical.
c) Quando o lutador tem seu kimono inutilizado e não o troque no prazo máximo determinado pelo árbitro, a fim de se evitar a interrupção excessiva da luta.
d) É obrigatório o uso de sunga ou cuecas pôr baixo da calça do kimono, tendo em vista o risco de rasgar ou descosturar a calça, caso ocorra algumas destas hipóteses, o atleta terá um tempo determinado pelo Árbitro para vestir outra calça. Não o fazendo neste prazo, será desclassificado imediatamente.
e) Quando o atleta tendo um golpe encaixado e para evitar bater e assim perder o combate, foge deliberadamente para fora da área de combate. Neste caso será desclassificado imediatamente.
Neste caso específico por ser uma falta técnica e não disciplinar o atleta pode voltar a lutar no caso de chave de 3 ou absoluto, inclusive em relação a sua colocação na chave.
f) Quando o atleta infringir qualquer das restrições do artigo 6º.
FALTAS NÃO CONSIDERADAS GRAVES:
2o ) Punição:
Na 1ª advertência o atleta será chamado a atenção,
Na 2ª advertência o atleta recebe a punição com 1 vantagem para o adversário.
Na 3o advertência o atleta recebe a 2ª punição com 2 pontos para o adversário e sucessivamente até a desclassificação.
Após a 3o advertência o Árbitro poderá desclassificar a qualquer outra falta
.
a) O atleta só poderá ajoelhar-se quando já estiver segurado no kimono do adversário.
b) Quando o atleta ou ambos os atletas, em pé foge para as extremidades da área de luta, evitando o combate, ou quando na luta de chão, foge arrastando-se para fora do ringue, ou quando na luta de chão, foge do combate ficando em pé evitando luta no chão, ou propositadamente pisa fora da área de luta para ganhar tempo.
c) Quando o atleta foge do combate retirando, ou propiciando a retirada do próprio kimono, a fim de paralisar a luta para descanso ou evitar os ataques do adversário.
d) Quando o atleta segura na boca das mangas com os dedos virados para a parte interior das mangas, ou das calças, ou com as duas mãos na faixa do adversário.
e) Quando o atleta procura evitar o combate (amarrar a luta) segurando seu adversário sem procurar combater ou finalizar a luta, estando na guarda pôr cima ou pôr baixo, nas imobilizações, em pé ou em qualquer posição que esteja nítida a falta de combatividade, terá depois de estabilizada a posição 20 segundos marcada à solicitação do Árbitro que dará uma advertência dizendo a palavra ”LUTE” seguido do gesto de amarração. Após este tempo, se o atleta não estiver tentado um ataque ou mudado de posição, o árbitro falará novamente a palavra “LUTE” seguido do gesto de amarração e o atleta será punido com uma vantagem para o adversário e, permanecendo na posição, o árbitro interromperá a luta e o atleta será punido novamente com dois pontos para o adversário e a luta se reiniciará em pé, podendo ser desclassificado na terceira advertência.
f) Obs: Punição c/ perda direta de 2 pontos:

Quando o atleta foge deliberadamente do ringue evitando uma raspagem, que o árbitro considere que ia ser concretizada, ou quando o atleta sai do ringue evitando um golpe que ainda não estava encaixado e desta forma não se enquadra no artigo “e” de Desclassificação.
III – PERDA DOS SENTIDOS
Parágrafo Único: Um dos 2 é derrotado quando perde os sentidos por golpes permitidos, como pressão, estrangulamento, quedas, ou em casos de acidentes, em que o adversário não tenha cometido falta intencional de desclassificação.


IV – PONTOS
1o - Pontos positivos
A competição pôr sua natureza impõe aos atletas a usarem suas habilidades técnicas, tentando finalizar ou neutralizar as do seu adversário, o ponto é a superioridade técnica que os atletas conquistam durante a competição através de colocações e pontos negativos do adversário. Para o atleta receber o ponto, é necessário que ele domine por 3 segundos a posição.
IMPORTANTE
Não ganhará novos pontos o atleta que estando em posição de domínio, já tendo conseguido os pontos daquela posição, abandona voluntariamente a posição para conseguir novos pontos. Exemplos: Estando fazendo joelho na barriga gira para o outro lado, não marcará novos pontos.
A luta deve seguir uma condição crescente de desenvolvimento técnico, visando o domínio de um dos adversários, levando-o à desistência da luta, pôr aplicação de golpes de finalização.
Não será computado ponto a favor de um atleta que esteja aplicando um golpe, ou esteja em posição de contagem de ponto, mas que esteja preso a outro golpe dado pôr seu adversário. Somente ao se libertar do golpe é que a contagem será positiva. Exemplo: Um atleta montado no adversário, mas tem a cabeça presa em uma gravata. Os pontos da montada, somente serão contados quando ele se libertar da gravata.
Colocações: (a ordem do Árbitro)
São posições conquistadas tecnicamente, e que se apresentam como as importantes em termos de estratégia de luta e finalização em golpes. Não havendo finalização, estas posições são assinaladas e convertidas em pontos através dos seguintes critérios:
a) Projeção: (quedas) É todo ou qualquer desequilíbrio do adversário, sendo este projetado ao solo de costas e lado, 2 pontos. Caso o atleta A der uma queda e o atleta B cair de joelhos e o atleta A dominar pelas costas são 2 pontos. Caso o atleta A derrube o atleta B que não seja de costas ou de lado, terá que mante-lo no solo, ou pelas costas por trás durante 3 segundos para ganhar os pontos da queda.
Obs 1: Na luta em pé, será valida a queda do adversário para fora da área de luta, ou seja, na área de segurança, desde que o atleta que aplicou tenha começado a dinâmica do movimento com os dois pés dentro da área de luta. Tudo que acontecer em seguida não deve ser considerado pelo árbitro.
Obs 2: Se o atleta estiver ajoelhado com uma das pernas em pé e sofrer uma queda, quem deu a queda receberá os 2 pontos desde que estivesse em pé no momento da queda. Caso o atleta esteja com os dois joelhos no solo e o que está em pé, derruba-lo e passar para o lado mantendo a posição, contará como vantagem.
Obs 3:Quando o atleta tenta dar uma Baiana (queda que agarra nas pernas e leva o adversário para o chão) ou single-leg e o oponente senta dando uma raspagem e é bem sucedido nesta raspagem, é ele que recebe os pontos, não sendo computado os pontos da Baiana.
Obs 4:Quando um dos atletas consegue dar uma queda no outro, e caindo ao solo o que foi projetado pela queda consegue rolar e ir para cima. Conta os dois pontos de quem deu a queda e vantagem para o que foi para cima. Desde que o que deu a queda não caia na guarda, que contará como raspagem e valerá 2 pontos.
b) Passagem de guarda: É quando o atleta estiver pôr cima do adversário, estando entre as pernas deste, preso ou não. Podendo, no entanto estar pôr cima de uma das pernas e sendo preso pela outra perna, ai consideramos a posição de meia guarda, a passagem de guarda, é quando o atleta pôr cima passa para o lado do adversário, ficando na posição transversal ou longitudinal, do tronco e mantendo-o dominado, segurando o braço, a cabeça ou mesmo o tronco do adversário, e este sem meio de sair deste domínio estando de lado ou de costas no solo. 3 pontos. OBS: O atleta que estiver pôr baixo que não permitir este domínio, no decorrer da movimentação, emborcar, isto é, ficar de joelhos ou mesmo em pé, não será considerado passagem, e sim uma vantagem.
c) Joelho na barriga: É quando o atleta estiver pôr cima do lado e colocar o joelho na barriga do adversário que está pôr baixo, segurando o braço, a gola ou mesmo a faixa, dominando-o e a outra perna semiflexionada com o pé apoiado no solo. 2 pontos . Obs.: Se o atleta que estiver pôr baixo, não permitir a colocação do joelho na barriga e se o de cima também não estiver com o pé apoiado no solo, não será considerado ponto, e sim uma vantagem.Não será considerado nada, nem vantagem quando o atleta coloca o joelho que esta próximo da cabeça na barriga e não o joelho que esta próximo das pernas, isto é: ele fica de frente para as pernas do adversário e não de frente para a cabeça.
d) Montada: É quando o atleta estiver pôr cima e montar em seu adversário com os joelhos e pés no solo, podendo este estar de frente, de lado ou até mesmo de costas. A montada poderá estar pôr cima de um dos braços do adversário, mas nunca pôr cima dos dois braços, neste caso não será considerada montada, não será considerada montada também a montada invertida, onde o atleta fica virado de frente para as pernas do adversário. Poderá também ser considerada montada colocando um dos pés no solo e a outra perna ajoelhada. 4 pontos. Obs: Não será computado ponto, quando os joelhos e os pés não estiverem no solo, e sim sobre a perna do adversário. Caso o atleta A der um triângulo na guarda no atleta B e cair montado no Triângulo é considerado raspagem e não montada.
e) Pegada pelas Costas: É quando o atleta pega seu adversário pelas costas, com os pés (calcanhares) apoiados pôr dentro das coxas do adversário, dominando sem permitir sair da posição. 4pontos. Obs.: A pegada pelas costas poderá estar por cima de um dos braços do adversário, mas nunca por cima dos dois braços, neste caso não será considerado pegada pelas costas. Não será contado como ponto, se os dois calcanhares não estiverem pressionando a parte interna da coxa do adversário.
f) Raspagem: É quando o atleta estiver por baixo, com o adversário dentro de sua guarda (dentro das pernas) ou até mesmo meia guarda (prendendo uma das pernas do adversário com suas pernas) e consiga ir para cima do adversário, invertendo a posição, isto é, desequilibrando para o lado, para cima ou para trás. 2pontos.
Obs 1: Não será considerada raspagem todo o movimento de inversão (capotagem) sem que seja partindo (iniciado) de dentro da guarda ou meia guarda do atleta que está pôr baixo.
Obs 2: Quando o atleta é raspado e vira de costas para o que raspou não consolidar a posição, mas o que raspou consegue segura-lo indo para cima e se mantendo nas costas mesmo sem os ganchos, caracteriza a raspagem, desde que o adversário esteja com pelo menos um joelho no chão.
Obs 3: Se o atleta partir da guarda para a posição em pé derrubando o adversário será considerado raspagem, portanto o atleta deverá estabilizar a posição por cima para ganhar os 2 pontos
Pontos Cumulativos
Pontos Cumulativos são os pontos que são somados porque são feitos em seguida um ao outro, como: raspagem e montada seguidamente, será marcado 6 pontos, sendo primeiro 2 da raspagem e em seguida 4 da montada; passagem de guarda por dentro das pernas e montada em seguida, serão marcados 7 pontos, sendo primeiro 3 da passagem de guarda e em seguida 4 da montada.
2o - Pontos Negativos:  (penalidades)
São pontos que um atleta perde na 3o advertência de fuga; pôr impossibilitar propositadamente a luta (amarrar a luta); pôr imobilizar além de 20 segundos sem procurar finalizar a luta.
Imobilização: caso de imobilização clássica no sentido lateral, longitudinal sem iniciativa de finalização.
Assim que o Árbitro perceber que a imobilização foi consolidada e que o atleta não está procurando a finalização e somente se limita a segurar o adversário, o Árbitro começará a contagem de 20 segundos marcada à solicitação do Árbitro que dará uma advertência dizendo a palavra ”LUTE” seguido do gesto de amarração. Após este tempo, se o atleta não estiver tentado um ataque ou mudado de posição, o árbitro falará novamente a palavra “LUTE” seguido do gesto de amarração e o atleta será punido com uma vantagem para o adversário e, permanecendo na posição, o árbitro interromperá a luta e o atleta será punido novamente com dois pontos para o adversário e a luta se reiniciará em pé, podendo ser desclassificado na terceira advertência.
V – VANTAGENS
É considerada vantagem quando o atleta não conseguir conquistar as posições fundamentais da luta, mas chegar muito próximo delas, como: Raspagem, Queda, montada pela frente e pelas costas, joelho na barriga, pegada pelas costas, passagem de guarda; e também, todas as iniciativas de finalização onde exista real perigo de desistência do adversário; tanto em pé como no chão:
Vantagem na queda: Quando existe um desequilíbrio visível no qual o adversário quase completa a queda
Vantagem no caso da guarda dentro das pernas:
a. O que está por cima fará jus a esta vantagem se estiver em ofensiva, tentando dominar a guarda de seu adversário (passar), para que o Árbitro considere a vantagem o atleta que está por cima tem que chegar em posições de quase passagem, obrigando o adversário a gastar grande energia para repor a posição. Ex: (meia guarda, quase conseguir a imobilização, conseguir emborcar e manter a posição por 3 segundos, etc...).
b. O que está por baixo, fará jus a esta vantagem, se quase conseguir raspar, não conseguindo consolidar a raspagem, mas colocando o adversário em posição de perigo, também quando conseguir encaixar um golpe que leve perigo de finalização ao adversário. Obs. Para que a tentativa de raspagem possa valer como vantagem o atleta de baixo terá que abrir a perna tentando ir para cima do adversário.

Em caso de placar empatado o árbitro deve considerar os seguintes critérios para o desempate:
Quando um dos atletas demonstra tanto na luta em pé como na luta de chão tentativa de golpes, colocações iniciativas técnicas, levando o oponente a uma situação de defesa, então caberá ao Árbitro, a decisão da luta a favor daquele atleta que superou em vantagem seu adversário, o qual mostrou evidência de domínio durante o combate.
Vantagem, no caso da luta em pé, será dada àquele atleta que procurar com maior ímpeto e virilidade e iniciativas de quedas ou de ataques de finalização durante a luta em pé.
Vantagem no caso de luta no chão, será dada aquele atleta que com maior ímpeto, virilidade e técnica procurar levar seu adversário à atitude de defesa.
Artigo 6º - Restrições
Em todas as categorias o Árbitro Central poderá interromper o combate quando perceber que um golpe está perfeitamente encaixado e na certeza que poderá expor o atleta a sérios danos físicos, interferindo parando a luta e dando vitória a quem aplicou o golpe – que o fez tomar esta atitude.
A chave de cervical pelo risco que oferece, não vale para nenhuma categoria (desclassificação imediata), com exceção para os estrangulamentos nas categorias juvenis e adultos em todas as faixas.
Atleta menor de idade no caso Juvenil, só será permito participar do absoluto quando for acima do peso Médio.
Não será permitido uso de sapatilhas, protetores de orelhas nem outros protetores que possam prejudicar o bom andamento das lutas, bem como o uso de qualquer tipo de camisa por baixo do kimono.
No caso do triângulo encaixado se o atleta ficar de pé retirando o oponente do chão o árbitro deverá se colocar de modo a proteger a coluna cervical do atleta que estiver aplicando o golpe, nas categorias de pré-mirim até infanto-juvenil.
De 04 a 12 anos:
Bate Estaca.
Chave de Bíceps.
Mão de Vaca.
Triângulo Puxando a Cabeça.
Chave de Pé (todas as formas).
Chave de joelho, Leg-Lock
Cervical.
Mata Leão de frente
Ezequiel
Chave de Panturrilha
Omoplata
Gravata técnica de frente
Kanibasami (tesoura)
Chave de calcanhar
De 13 a 15 anos:
Bate Estaca.
Chave de Bíceps.
Mão de Vaca.
Triângulo Puxando a Cabeça.
Chave de Pé (todas as formas).
Chave de joelho, Leg-Lock
Cervical.
Mata Leão de frente
Ezequiel.
Chave de Panturrilha
Kanibasami (tesoura)
Chave de calcanhar

De 16 a 17 anos e adulto faixa branca:
Bate estaca,
Leg lock
Cervical
Chave de bíceps
Chave de panturrilha
Mão de Vaca
Mata leão no pé
Kanibasami (tesoura)
Chave de calcanhar

De Adulto a Sênior 5 (faixas azul e roxa)
Mata leão no pé
Bate Estaca
Leg lock
Cervical
Chave de Bíceps
Chave de Panturrilha
Kanibasami (tesoura)
Chave de calcanhar

Adulto à Sênior 5 (faixas marrom e preta)
Bate Estaca
Cervical
Kanibasami (tesoura)
Chave de calcanhar

Artigo 7º - Higiene

O Kimono deverá estar limpo, seco e sem odores desagradáveis.
As unhas dos pés e das mãos devem estar cortadas e curtas.
Cabelos longos deverão ser presos de modo a não causar incômodo ao outro competidor.
O atleta não poderá pintar o cabelo com spray, caso isto aconteça e o árbitro veja, será desclassificado.

Artigo 8º - Kimono
 Os competidores deverão usar os kimonos atendendo as seguintes condições:

Tecido resistente em algodão ou material similar, em boas condições (sem remendos ou rasgos).O material não deverá ser muito espesso ou duro de modo a impedir que o oponente possa fazer a pegada, é obrigatório o uso de kimono trançado para as categorias juvenil e adulto.

Cor preta, azul ou branca, não podendo ser misturado, nada: calça azul e paletó branco, gola de uma cor e paletó de outra.

O paletó será suficientemente longo devendo ir até as coxas e, no mínimo alcançar a altura dos punhos, estando os braços completamente estendidos a frente do corpo. A manga deverá ter uma folga de acordo com a medida oficial da CBJJ entre a manga e o braço em toda a extensão do braço.

Uma faixa resistente de 4 a 5cm de largura, cuja a cor corresponda a graduação com a ponta preta, deverá ser usada sobre o paletó, na altura da cintura e amarrada com um nó duplo, suficientemente apertada para impedir que o paletó se solte

É proibido ao atleta iniciar o combate com kimono rasgado, descosturado, camisa pôr baixo do kimono (com exceção da categoria feminina), ou ainda fora dos padrões exigidos, ou seja, manga apertada, ou curto no comprimento da manga, da saia e da calça.

É proibido o uso de kimonos pintados em qualquer parte a não ser que seja a logomarca de sua academia ou de seu patrocinador.
Obs: A qualquer competidor que deixar de cumprir os requisitos do artigo 7º e 8º, será negado o direito de participação nas lutas, devendo o seu oponente ser declarado vencedor.
Artigo 9º Categorias por faixa etária
PRÉ-MIRIM              – 4,5 e 6 anos
MIRIM                     -  7,8 e 9 anos
INFANTIL                 - 10,11 e 12 anos
INFANTO-JUVENIL    – 13,14 e 15 anos
JUVENIL                  -  16 e 17 anos
ADULTO                  - 18 a 29 anos
MASTER                  - 30 a 35 anos
SENIOR 1                - 36 a 40 anos
SENIOR 2                - 41 a 45 anos
SENIOR 3                - 46 a 50 anos
SENIOR 4                - 51 a 55 anos
SENIOR 5                - 56 em diante
Artigo 10º - Duração das lutas
Para os campeonatos o tempo de duração das lutas serão:

PRÉ-MIRIM – 2 min
MIRIM – 3 min
INFANTIL – 4 min
INFANTO-JUVENIL – 4 min
JUVENIL – 5 min
ADULTO:
BRANCA – 5 min
AZUL – 6 mim
ROXA – 7 mim
MARROM – 8 min
PRETA – 10 min

MASTER:
AZUL – 5min
ROXA – 6min
MARROM – 6 mim
PRETA – 6 min
SENIOR:
AZUL – 5min
ROXA - 5 min
MARROM – 5min
PRETA – 5min
Artigo 11º - Pontos atribuídos para os atletas de acordo com a colocação
a) Campeão – 9 pontos
b) Vice-campeão – 3 pontos
c) Terceiro lugar – 1 ponto
Obs: Havendo somente um atleta para competir na categoria, este receberá medalha de campeão; havendo ainda dois atletas da mesma academia ou clube na mesma categoria, estes lutarão entre si, recebendo as medalhas correspondentes do resultado da luta, e em ambos os casos não estarão marcando pontos para suas academias ou clubes.
Artigo 12º - Critérios para desempate de um campeonato em caso de academias com o mesmo número de pontos
Maior número de medalhas de ouro.
Maior número de medalhas de prata.
Campeão mais graduado.
Campeão mais pesado.
Artigo 13º - Direção e decisão das lutas
01) Todos aqueles que estiverem em função oficial na competição, como técnicos, professores, diretores, árbitros, anotadores, mesários e cronometristas, estarão sujeitos a punições caso resolvam dar instruções aos lutadores dentro da área demarcada de competição.
02) No caso dos dois atletas se acidentarem durante a luta final e ambos não tiverem condições de voltar, o resultado final será.
a) se existir pontos ou vantagens já confirmadas no placar, prevalecem estas pontuações.
b) não existindo ponto ou vantagem confirmada no placar será através de sorteio
03) Quando os dois atletas saírem da posição do chão ou em qualquer situação, se os dois levantarem o julgamento passa a ser igual ao da luta em pé.
04) Para as lutas finais o descanso será no máximo duas vezes o tempo de luta referente a categoria de graduação, quando requerido por um dos atletas.
05) A pesagem oficial será somente uma vez, não podendo o atleta sair e voltar para a balança.
06)No caso de, em uma categoria, somente foram inscritos dois atletas e um deles não comparecer na área de luta, este não poderá ser premiado como vice-campeão, pois é W.O.
07) Caso o atleta esteja passando a guarda e o mesmo tente uma chave de pé, não conseguindo concluir e o adversário vem para cima, recebe dois pontos aquele que veio para cima e consegue permanecer por 3 segundos após liberar o pé, e quem aplicou a chave de pé, recebe uma vantagem se o golpe estiver encaixado com real perigo de finalização, caso contrário, só receberá dois pontos aquele que veio para cima.
08) Caso o atleta pese com um kimono e após a pesagem ou após a 1ª luta troque de kimono, o atleta será desclassificado; exceto no caso do kimono rasgar quando deverá ser autorizado pelo árbitro ou diretor de arbitragem para a troca.
09) Os locais para colocação dos patchs devem seguir uma regra conforme o desenho e deverão ser de tecido de algodão e deverão estar devidamente costurados, caso estejam soltos ou em lugares não permitidos serão retirados pelos medidores ou diretor de arbitragem, caso se recusem, estes não poderão lutar.
 LOCAIS PERMITIDOS PARA OS PATCHES

Agradecimentos
Queremos agradecer a todas as pessoas que colaboraram com este manual de regras, que nada mais é uma adaptação moderna do criado a mais de 20 anos pelos professores e Grandes Mestres Carlos e Hélio Gracie. Quando fundaram a Federação de Jiu-Jitsu do Estado da Guanabara.



Muitos ajudaram neste manual, que podemos enumerar como Dr. Écio Leal e Mestre Pedro Hemetério. Nesta versão nova temos como colaboradores Mestre Mansor, Mestre Alvaro Barreto, , Mestre Carlos Robson Gracie, Mestre Osvaldo Alves, Mestre Flavio Behering, Professor José Henrique Leão Teixeira, Professor Assed Naked Hadad, Professor Roiler Gracie, Professor Fernando Guimarães, Sr. Presidente da LERJJI Silvio Pereira, Professor Carlos Gracie Jr. e Professor Alvaro Mansor Guarçoni.

domingo, 15 de julho de 2012

Canal Combate ao vivo !


Galera venho trazendo para vocês esse canal de lutas mais famoso do brasil . Espero que gostem . Está pronto ? play ....CLIQUE AQUI >>>>>   no banner do combate e desfrute de suas lutas preferidas !

sábado, 14 de julho de 2012

Rocian Gracie Jr


O nome Gracie já diz tudo. Rocian é membro desta renomável família brasileira e como não poderia deixar de ser escolheu o Jiu-Jitsu como meio de vida. Abaixo um pouco da filosofia de sua escola e como ele vê a parte de defesa pessoal na vida do praticante:

Mestre em Jiu Jitsu, membro da família Gracie, Rocian Gracie Jr. desenvolveu, ao longo dos 30 anos de contato com a “Arte Suave” sua própria metodologia e provou, que a prática precisa sim, da teoria para estar completa.

“Nossa filosofia está totalmente baseada no respeito, uma vez que respeitar é honrar! É agir de maneira para não interferir negativamente, de qualquer modo, na minha vida ou na do meu próximo. Neste caminho, além do respeito, encontraremos a humildade, a autoconfiança, o autoconhecimento e a persistência”, destacou.

Por meio da Academia Rocian Gracie Jr, há mais de 15 anos com unidades em São Paulo, Itajaí, Tahiti e Nova Iorque, ele difunde sua metodologia de que Jiu Jitsu não é superioridade, mas eficiência. Seus mais de 300 alunos passam por avaliações, seguem apostilas técnicas e treinamentos práticos para conquista das graduações. É com esse formato diferenciado e filosófico, que a academia forma esportistas.

Defesa Pessoal



A defesa Pessoal é um conjunto de técnicas de reação, utilizadas para preservar a
integridade física e emocional própria e de terceiros. A melhor defesa pessoal se baseia na
prevenção, evitando chegar a condição de vítima através do conhecimento dos riscos e adoção
de procedimentos de segurança pessoal que dificultem uma ação violenta por parte do
agressor.

Existem diversas modalidades de artes marciais que dizem ensinar defesa pessoal. Na
maioria dos casos as técnicas só funcionam contra um oponente que segue as regras
pré-estabelecidas, ajudando na execução dos movimentos. Algumas destas técnicas
ensinadas criam uma falsa sensação de segurança que são na verdade suicidas.

Uma boa técnica de defesa pessoal não espera que o adversário colabore com a vítima.
Algumas precisam que a aluna tenha força, ou velocidade ou até mesmo seja uma verdadeira
contorcionista para a técnica dar certo.

A verdadeira defesa pessoal deve funcionar em todas
as situações. Muitas ensinam formas elaboradas ou centenas de técnicas diferentes, mas a
realidade das ruas prova que não importa quantas técnicas você saiba, mas quantas são
realmente efetivas.

Uma boa defesa pessoal utiliza todas as armas disponíveis para equilibrar o combate,
inclusive com uso de armas (próprias ou impróprias), que servem como equalizadores, ou seja,
nivelam um adversário mais fraco (mulher) ao mais forte (homem).

Outra deficiência no treinamento é basear-se apenas no aspecto físico, deixando de lado o
mental e psicológico da aluna. Defesa Pessoal se faz através do conhecimento de como o
marginal age, ensinando medidas preventivas para evitar as situações de risco, trabalhando o
instinto de sobrevivência e preparando a combatividade da mulher.

Defesa Pessoal Auxilia a:

1. Elevar a qualidade de vida, com a prática de exercícios regulares que melhoram as
funções do corpo e aumenta a auto-estima;
2. Melhorar as habilidades físicas propiciando força, flexibilidade, coordenação,
velocidade, agilidade e resistência nas situações de emergência;
3. Melhorar o aspecto emocional, proporcionando confiança, autodisciplina e
determinação para alcançar objetivos.

Características da Violência Física:

1. Não há regras: uma pessoa violenta não se importa em quebrar um braço ou nariz da
outra;
2. A brutalidade registrada em muitos ataques é impressionante;
3. A violência é rápida e explosiva: ataques de fúria acontecem sem aviso prévio e
muitas vezes por motivos banais ou até mesmo de forma gratuita;
4. O Agressor normalmente é maior e mais forte do que você: a agressão é covarde e
ficar em silêncio incentiva novas agressões;
5. O Agressor agride para imobilizar psicologicamente a vitima: A última coisa que o
agressor quer é que você reaja.

Princípios Básicos de Defesa Pessoal:

1. Simplicidade: com movimentos intuitivos, obedecendo à mecânica corporal, sendo
as técnicas facilmente assimiladas, lembradas;
2. Objetividade: significa não ter técnicas desnecessárias, que servem apenas para
aumentar o currículo e enganar os praticantes;
3. Versatilidade: buscando uma formação completa, conhecendo os riscos, aplicando
os procedimentos preventivos evitando ser escolhida como possível alvo pelos marginais;
aprendendo sistemas variados de formas de combate e utilização de equalizadores, treinando
física, mental e emocionalmente o praticante;
4. Efetividade: ser efetivo significa neutralizar a ameaça, respondendo de forma
proporcional a violência aplicada contra o praticante. Estes princípios refletem o que é
considerada uma boa técnica de defesa pessoal. Qualquer arte que ensine movimentos muito
difíceis de serem aplicados em uma situação real deve ser descartada.
Estes princípios refletem o que é considerada uma boa técnica de defesa pessoal. O Jiu-Jitsu
engloba todos os pontos apresentados, pois engloba uma série de movimentos simples de
serem aplicados em uma situação real de perigo.

Fontes: TATAME e Rocian Gracie

quinta-feira, 12 de julho de 2012

BIOGRAFIA HELIO GRACIE


E aí, amigos! A muito tempo estou devendo a biografia deste grande mestre do Jiu-Jítsu, o reinventor da arte suave, Hélio Gracie. De todos os lutadores existentes por aí, provavelmente ele foi o maior. Independente da época em que viveu, ele enfrentou os melhores de seu tempo. Sua filosofia de vida pega um Jiu-Jitsu voltado para auto-defesa. Hélio disse certa vez que seu Jiu-Jitsu era pra briga e quem quizesse ser atleta que fosse para o Judô. Polêmicas à parte, Hélio Gracie é um exemplo de dedicação. Sua vida foi toda voltada para a arte suave. Espero que apreciem mais esta biografia que é fruto de pesquizas em livros e na iternet. Nossa intenção é apenas ter, em um único lugar, fonte de consultas para atletas, professores e praticantes em geral. Boa pesquiza e obrigado a todos que contribuiram com nosso blog:

* * *

          Hélio Gracie foi o filho caçula de Gastão Gracie e na infância foi uma criança frágil, fisicamente falando. Dizem que quando ele corria um lance de escada desmaiava e ninguém descobria o motivo. Aos quatorze anos, ele foi morar com seus irmãos mais velhos que viviam e ensinavam Jiu-Jitsu em uma casa no bairro Flamengo no Rio de Janeiro. Seguindo as recomendações do seu médico, Hélio passaria os próximos anos, limitado a apenas observando seus irmãos ensinar, pois não descobriram o motivo de seus desmaios. Carlos, muito preocupado com a saúde de seu irmão mais novo, não o deixou praticar o Jiu-Jitsu. E Hélio ficava ali, o dia inteiro, apenas observando as aulas. Um dia, quando Hélio tinha 16 anos, seu irmão Carlos estava atrasado para uma aula particular com Mario Brandt, na época, diretor do Banco do Brasil. Hélio, que era um grande observador e tinha decorado as lições básicas apenas de ver de seus irmãos ensinando ofereceu-se para iniciar a aula. Quando a aula acabou, Carlos apareceu e pediu desculpas por seu atraso. O estudante então respondeu: “Não tem problema. Gostei muito do treinamento com Hélio e, se você não se importa, eu gostaria de continuar a aprender com ele”.  Carlos concordou, e Hélio tornou-se um instrutor. Naquele momento, Carlos ficou muito feliz ao perceber que os desmaios que atormentaram Hélio a maioria de sua vida haviam desaparecido e que Hélio poderia ajudá-lo com as aulas particulares para que ele pudesse dedicar-se à gestão das carreiras de seus irmãos e ao estudo da nutrição e outros assuntos exotéricos. No entanto, Carlos não poderia imaginar o impacto colossal que seu irmão mais novo teria no mundo das artes marciais.

Quando Hélio começou a ensinar e praticar, percebeu que, devido à sua compleição física frágil, muitas das técnicas japonesas que ele tinha aprendido eram difíceis para ele executar. Ansioso por fazer com que as técnicas funcionassem para ele, começou a modificá-las para acomodar seu corpo fraco. E está aí a grande sacada de Hélio, o Jiu-Jitsu pode ser modificado, atraves das alavancas, para qualquer tipo físico. Enfatizando o uso de alavancagem e tempo sobre a força e velocidade, Hélio adaptou o ”Kano Jiu-jitsu” (Judô) e por tentativa e erro, desenvolveu o que hoje é conhecido como Gracie/Brazilian Jiu-Jitsu. Este processo de adaptação contínua ele levou para o resto de sua vida. Muitos membros da família Gracie e outros profissionais contribuíram para o desenvolvimento do Jiu-Jitsu. Mas nenhum desses esforços pode ser comparado ao papel de Hélio Gracie. Seus oitenta anos de dedicação ininterrupta para o aprimoramento do jiu-jitsu, seu trabalho como professor para milhares de estudantes, a notoriedade e a dificuldade de suas lutas, sua adesão estrita à dieta Gracie, o método de ensino que ele desenvolveu, e a criação de um nunca antes visto estratégia defensiva são inigualáveis ​​na história da arte, e o colocam como o criador de um novo estilo. Para provar a eficácia do Jiu-Jitsu, os irmãos Gracie originais, desafiaram abertamente todos os durões e valentões que se diziam lutadores no Brasil. Essas lutas eram geralmente contra adversários muito maiores e mais fortes, a fim de provar que era possível para uma pessoa pequena para se defender contra qualquer tipo de agressor. Usando essas lutas como experiências científicas, Hélio Gracie desenvolveu uma estratégia de combate completo, projetado especificamente para trabalhar contra adversários mais fortes e mais pesados. Mais tarde ele também desenvolver um método de ensino inovador, que permitiu a qualquer pessoa, mesmo aqueles que não são atleticamente dotados aprenderem jiu-jitsu.


Hélio quedando o irmão Carlos
A Primeira luta de Hélio Gracie ocorreu em janeiro de 1932, no Rio de Janeiro, contra um pugilista profissional brasileiro chamado Antônio Portugal. Hélio venceu esta luta por meio de uma chave de braço em aproximadamente 30 segundos. Esta luta foi a primeira de muitas vitórias que Hélio teria contra adversários de todo o mundo. Sob a gestão de seu irmão Carlos, Hélio passou a se tornar um herói nacional no Brasil. Alguns de seus feitos impressionantes incluem a luta que durou uma hora e quarenta minutos contra o wrestler americano Fred Ebert, que pesava cento e tantos quilos contra 65 de Hélio, e que tinha derrotado outro wrestler americano, Ed “Estrangulador” Lewis duas vezes, e a batalha épica contra o campeão Mundial de Wrestling  Wladek Zybsko. Em 1937, Hélio também derrotou o lutador da Estónia Erwin Klausner que havia lutado contra Primo Carnera para o campeonato mundial dos pesos pesados, dois anos antes.  Taro Miyaki, um lutador de renome mundial japonês e Judoka, e Masagoichi, um lutador de sumô japonês e faixa preta de Judô também cairam, vítimas da técnica de Hélio, em lutas fantásticas na década de 1930.

Em 1938, Hélio Gracie decidiu se aposentar do mundo da luta profissional por não concordar com a ênfase que os promotores estavam colocando em entretenimento ao invés de realismo.  Ele se recusou a aceitar as lutas que foram decididas em critérios subjetivos, tais como pontos ou as decisões dos juízes. Mantendo-se fiel aos seus princípios originais, ele insistiu que as lutas deveriam ser decididas apenas por submissão ou perda de consciência. Mesmo saindo do cenario da luta profissional, Hélio Gracie sempre se disponibilizou a lutar, em particular, contra qualquer um que duvidou da eficácia de sua arte. Para os próximos 13 anos Hélio iria dedicar-se ao desenvolvimento de um método de ensino único. Durante estes anos, ele ensinava em uma média de 30 aulas particulares por dia em seu apartamento na Praia do Flamengo. Em 1951, Hélio Gracie fez uma incrível retorno quando uma delegação japonesa de mestres de Judô chegou ao Brasil. Esta delegação incluía o peso pesado e campeão mundial Masahiko Kimura. Aos 39 anos, Hélio teve uma de suas performances mais brilhante contra Yukio Kato, um faixa preta quinto grau de Judô do Kodokan. Esta luta foi realizado na Arena Ibirapuera, em São Paulo. Veja abaixo esta batalha de Hélio vs Kato:


Hélio derrotou Kato com um estrangulamento da posição de guarda. Sua vitória trouxe glória para o Brasil e reconhecimento internacional ao seu estilo de Jiu-Jitsu. Após derrotar Kato, foi então lançado um novo desafio desta vez contra o grande campeão mundial peso absoluto, Masahiko Kimura, provavelmente o melhor lutador que o Japão já produziu. Esta luta histórica ocorreu em 1951 e foi realizada no Estádio do Maracanã, que lotou, literalmente para ver à peleja. Hélio tinha 39 anos e pesava 65 Kg, enquanto Kimura tinha 34 anos e pesava em torno de 115 Kg. Kimura corajosamente declarou que, se Hélio resistisse por mais de 3 minutos, ele poderia considerar-se o vencedor. Hélio e Kimura lutaram durante 15 minutos, antes do Gracie ser pego numa chave na articulação do ombro. Abaixo, os minutos finais da luta de Hélio e Kimura:


Mesmo não desistindo, o irmão de Hélio, Carlos decidiu intervir e interromper a luta dando então a vitória ao japonês. Tremendamente impressionado com a técnica de Hélio, os mestres japoneses convidaram-no para ir ao Japão e ensinar. Foi um reconhecimento importante para Hélio que dedicou sua vida para o refinamento da arte-suave.

Aos 43 anos de idade, Hélio e seu ex-aluno, Waldemar Santana, estabeleceram o recorde mundial para o maior e ininterrupta  luta na história, quando eles lutaram por incríveis 3 horas e 40 minutos!  Hélio também desafiou lutadores pesos pesados ​​de boxe tais como o então campeão mundial Primo Carnera, Ezzard Charles e Joe Louis para medirem a eficiência do Jiu-Jitsu brasileiro. Todos eles declinaram do desafio. Ao longo de sua carreira, Hélio derrotou lutadores de vários estilos diferentes, a fim de provar que uma pessoa pequena pode neutralizar a força superior e atletismo através do conhecimento de Jiu-Jitsu. No entanto, seu ato mais heróico foi realizado fora do ringue. Ao viajar para o sul do Brasil, em direção ao Rio de Janeiro, a bordo de um navio de cruzeiro chamado Itanajé, Hélio Gracie e seu irmão Carlos não podia ver muita coisa devido a neblina. Enquanto apreciavam a vista dos grandes ondas batendo contra a lateral do navio, eles sentiram uma tempestade se aproximando naquela tarde sombria em meados de Novembro de 1946. De repente, os gritos de “Homem ao mar!” trouxe pânico por todo o navio. Um dos passageiros havia saltado ao mar em uma tentativa de cometer suicídio.  Um barco com cinco marinheiros foi imediatamente colocado na água para resgatar o homem que se afogava. As grandes ondas tornavam difícil para os marinheiros para chegar ao homem que estava a cerca de 700 metros de distância. Quando o barco finalmente chegou a ele, eles tentaram puxar o homem, mas novamente as grandes ondas iria ficar em seu caminho, levantando o barco para cima e trazendo o homem para baixo, impedindo assim oresgate. Depois de tentar salvar o homem por 20 minutos dramáticos, o capitão ordenou que voltassem. O homem foi deixado para morrer. Vendo tudo isso a partir do navio, Hélio perguntava a seu irmão: “Por que eles não pulam na água e o colocam no barco?”  – Um marinheiro que escutou respondeu: “Aqui é Abrolhos”. Sem obter uma explicação satisfatória e sem perceber o que ele quis dizer (Abrolhos tem a maior concentração de tubarões no Oceano Atlântico), Hélio perguntou a seu irmão se ele não gostaria de salvar o homem. Carlos respondeu: “Sim, mas eu não acho que posso chegar lá”. Sem hesitar Hélio disse: “Eu acho que posso!”, e imediatamente tirou sua roupadespojado e saltou ao mar, nadando então em direção ao homem. Ele ordenou que os marinheiros no barco de resgate retornassem. Da água Hélio foi capaz de alcançar o moribundo, e com a ajuda dos marinheiros, colocou o homem no barco, salvando sua vida. Além da grande festa no navio, ele foi premiado com uma Medalha de Honra por seu ato de bravura. Um exemplo de coragem e determinação, Hélio tornou-se um herói internacional. Este episódio mostra o caráter e o espírito deste grande lutador. Um homem de família dedicado, que exemplifica um estilo de vida saudável, ele foi a epítome da coragem, disciplina, força de vontade, além de ser uma inspiração para as pessoas em toda parte. Uma lenda moderna, Hélio Gracie ganhou fama internacional por sua dedicação à difusão e desenvolvimento do Gracie/Brazilian Jiu-Jitsu.

Por fim, a mais marcante mudança filosófica colocada por Hélio foi diretamente derivada do seu foco em combates reais: A valorização da defesa. Segundo a filosofia de Hélio, um homem forte poderia forçar aberturas no seu adversário impondo suas técnicas através da vantagem física. Um homem fraco não poderia seguir a mesma estratégia, e deveria, portanto, defender.




O Globo
A defesa seria sempre mais rápida e efetiva que o ataque, porque o ataque normalmente envolve vários passos e movimentos longos, já defesas são naturalmente diretas, curtas e constituída de movimentos simples. Através da defesa o homem fraco poderia preservar sua energia até o momento em que o homem forte cansar, ou cometer um erro, para enfim atacar em uma situação de vantagem. Outro ponto culminante é que o ataque sempre exporia mais, abrindo oportunidades para o adversário. O Jiu-Jitsu de Hélio era inteiramente baseado em contra ataques sob as reações de seu oponente, exibindo várias opções para diversos tipos de reação. Por outro lado o estilo de Kano valorizava o ataque, sendo, segundo o próprio a frase “O ataque é a melhor defesa”, de sua autoria.

Hélio resume sua filosofia:

“O meu Jiu-Jitsu é uma espécie de ratoeira. A ratoeira não corre atrás do rato. Mas, quando o rato bota sua garra no queijo, a armadilha dispara. Toda agressão se encaixa num tipo de defesa. É a agressão que define o tipo de golpe.”

“Se você perdeu, é porque cometeu um erro, se você não cometer nenhum erro, você não perde. Eu luto para não perder! Eu nunca entrei em uma luta pensando em ganhar. Meu quadro mental é diferente – Eu entro pensando em não perder ”

“No meu caso, lutando pra não perder você assume uma postura defensiva e deixa o adversário tentar. Ele é o único mantendo a pressão, ele é o único agindo, e ele é o único errando e você deve estar pronto para capitalizar sobre qualquer erro que ele cometa, e possivelmente terminar a luta ali. Eu tiro vantagem dos erros dele, da sua ansiedade em terminar a luta”

“Se você não perder, você venceu. Esta filosofia está imbuída no Jiu-Jitsu Gracie porque essa é a minha natureza. Eu sempre penso “Por que eu deveria atacar?”. Essa é minha teoria e a base da minha arte marcial. Quando você luta pra não perder você luta de uma maneira diferente de quando você luta para ganhar. Quando você está defensivo, você sempre tem a chance de atacar, mas quando você ataca você se expõe à contra-ataques”.

“Eu queria fazer as mesmas coisas que meu irmão Carlos fazia, mas eu não era tão bom atleta como ele era. Por isso, foi impossível para mim lutar do mesmo jeito que ele lutava. Eu tive que modificar as técnicas para então poder fazer, o que significava que agora qualquer um poderia fazer, porque eu era uma pessoa muito fraca e nada atlética. Em vez de saltar do telhado do segundo andar, eu construí uma escada e desci. No final, o resultado é o mesmo, mas eu usei uma maneira diferente, a maneira que eu vislumbrei devido a minha própria limitação física. Instintivamente, ou por necessidade, eu terminei criando uma nova arte que agora é praticada em torno do mundo: O Jiu-Jitsu Gracie. O que Carlos e o resto faziam e aprendiam era mais como o Judô, baseado em técnica, força e explosão. Era mais como um esporte de luta para competições. Meu Jiu-Jitsu é para lutas reais, para lutas de rua.”
Em função da grande disseminação do Jiu-Jitsu do mundo, parte das técnicas e da filosofia de Hélio foram diluídas. Seguramente sua filosofia é bastante lógica do ponto de vista da defesa pessoal, no entanto, como ele mesmo afirmava, ineficiente para situações de competição esportiva, onde havia limites de tempo e contagem de pontos. Nessa situação, não haveria como esperar tempo o suficiente para o erro do adversário, e por conseqüência, oponentes atleticamente mais desenvolvidos levariam grande vantagem, o texto abaixo resume o pensamento de Hélio sobre o Jiu-Jitsu esportivo:

“O Jiu-Jitsu que criei foi para dar chance aos mais fracos enfrentarem os mais pesados e fortes. E fez tanto sucesso, que resolveram fazer um Jiu-Jitsu de competição. Gostaria de deixar claro que sou a favor da prática esportiva e da preparação técnica de qualquer atleta, seja qual for sua especialidade. Além de boa alimentação, controle sexual e da abstenção de hábitos prejudiciais à saude. O problema consiste na criação de um Jiu-Jitsu competitivo com regras, tempo inadequado e que privilegia os mais treinados, fortes e pesados. O objetivo do Jiu-Jitsu é, principalmente, beneficiar os mais fracos, que não tendo dotes físicos são inferiorizados. O meu Jiu-Jitsu é uma arte de autodefesa que não aceita certos regulamentos e tempo determinado. Essas são as razões pelas quais não posso, com minha presença, apoiar espetáculos, cujo efeito retrata um anti Jiu-Jitsu.”

Abaixo um video completo da biografia do Grande Mestre Hélio Gracie:





Fonte: gracie miami/livro: Carlos Gracie, o criador de uma dinastia/blog tonyferraz

BIOGRAFIA RICKSON GRACIE


Biografia Rickson Gracie



           Rickson provavelmente é o lutador que eu mais admiro. Não me entendam mal! Acredito que o Roger Gracie é o maior de todos os tempos, mas este cara aqui já fez coisas demais! Rickson Gracie foi criado para ser o campeão da família. O próprio Paulão Filho, quando estava no auge e ainda treinava na Brazilian Top Team deu um treininho com ele e saiu admirado. Na ocasião Paulão comentou que achava que o ponto forte de seu próprio jogo era a distribuição de peso e que Rickson provou por A mais B que ele distribuia o peso errado…

Vamos lá então…
Rickson nasceu no Brasil, no Rio de Janeiro a 20 de novembro de 1958. Faixa coral em Jiu-Jitsu brasileiro, é considerado uma lenda da “arte suave”. É o terceiro filho de Hélio Gracie. Sua família foi responsável pela criação de um sistema de combate denominado de “Jiu-Jitsu Brasileiro” ou “Jiu-Jitsu Gracie”, que basicamente usa o peso e a força do adversário contra ele mesmo. Essa característica da luta possibilita que um lutador, mesmo sendo menor que o oponente, consiga vencer. Outra característica marcante o diferencia de outras artes: suas avançadas técnicas de luta de chão, com as quais é possível finalizar um adversário por meio de quedas, estrangulamentos, torções (com ambos no solo).

Rickson e sua família venceram diversos desafios no Brasil durante décadas, numa época em que o vale-tudo era brutal, por isso a família Gracie é sinônimo de temidos lutadores, odiados e amados por muitos, mesmo no Brasil.  Foi na década de 80 que a família Gracie criou a prática de invadir academias de outras artes marciais e desafiar para lutas sem regras os mestres, na frente de seus discípulos de artes marciais (foi triste mas necessário para provar a eficiência da arte-suave perante as demais).

Década de 1970 e de 1980


Durante décadas, havia grande rivalidade entre os lutadores de Jiu-Jitsu e de luta livre, havendo assim, diversas lutas desde os primórdios do Jiu-Jitsu até os tempos atuais. Por diversas vezes, houve a invasão de academias.

A Família Gracie, conhecendo a eficácia do Jiu-Jitsu Brasileiro, promoveu durante décadas, desafios a “portas fechadas”. Chegavam a anunciar até mesmo nos jornais tais desafios prometendo recompensa para quem os vencessem nos desafios de Vale- Tudo

Os desafios de Rickson se davam dentro das academias ou nas ruas. Como exemplo de tais desafios, podemos citar um evento ocorrido nas praias do Rio de Janeiro, onde Rickson Gracie afirma ter vencido o duelo travado com Hugo Duarte, que acusa os lutadores de jiu-jitsu que acompanhavam Rickson de jogarem areia em sua cara durante a luta. Assim, posteriormente, um grupo de aproximadamente 30 lutadores de Luta Livre invadiram a academia de seu pai, onde Rickson treinava para espancá-lo. Hélio Gracie disse: “O Rickson vai lutar”, e assim ocorreu a revanche onde Rickson fora sagrado novamente vencedor.

Assim, nos anos 80, Rickson travou cerca de 231 combates (nacionais e internacionais), e afirma ter sagrado-se vencedor em todos por finalização. No Brasil, a rivalidade entre o Jiu-Jitsu e a Luta Livre era tamanha, que houve a necessidade de se provar ao público, qual arte marcial e lutador era superior, assim, foi organizada uma luta entre Rickson e o temido Rei Zulu, com isso, após Rickson Gracie vencer por duas vezes o grande Rei Zulu (que estava no auge e há 150 lutas invicto), nunca mais teve desafiantes a altura enquanto lutou.










Características de suas lutas
Rickson se declara invicto; polêmicas à parte, o fato é que muitas de suas lutas não têm registro. Mas é incontestável que Rickson possuía uma impressionante técnica e maneira peculiar de derrubar o oponente, sempre impunha a sua maneira de lutar frente aos demais com superioridade e conseguia anular facilmente seus oponentes, vencendo sempre por nocaute ou finalização num curto espaço de tempo. Nos campeonatos de Vale-tudo que disputou no Japão, foi consagrado vencedor, saindo de suas lutas totalmente ileso.

Carreira no Vale-Tudo e Legado


Antes de existir MMA, havia no Brasil as lutas de Vale-Tudo ; Rickson venceu lutas deste molde sangrento, em duelos nas ruas ou em lugares fechados (academias), e afirma ter vencido todas por finalização, ou nocaute técnico.

Rickson Gracie medindo 1,78 m e pesando 84 kg, venceu todos os campeonatos de vale-tudo que disputou como: Japan Free Style Championship 1994, Japan Free Style Championship 1995, Pride 1, Pride 4, Colosseum 2000, totalizando 11 lutas com 11 vitórias, todas por finalização. Rickson Gracie foi junto com seu irmão mais novo Royce Gracie, os maiores divulgadores do MMA no mundo no início deste esporte no início dos anos 90, Rickson fez sua parte no Japão, e Royce nos E.U.A, depois do sucesso dos dois irmãos, o vale-tudo foi ficando cada vez mais popular e se profissionalizou, se transformou em MMA, e não parou de crescer até hoje, sem contar que graças aos dois irmãos, é que o Brasilian Jiu-Jitsu se tornou um pré-requisito fundamental para qualquer atleta de MMA.

Apesar de Rickson estar invícto no MMA, nesse esporte não é considerado uma lenda e não é o grande nome da família. Seu irmão mais novo Royce Gracie, é o grande nome da família, tendo sagrado-se várias vezes campeão do UFC (o torneio mais difícil de Vale-Tudo naquela época, em meados dos anos 90), além de ter o melhor cartel da família nesse esporte. O fato que diferencia os dois irmãos, para os críticos, é que no início dos ano 90, Royce venceu no UFC oponentes mais duros e um torneio bem mais difícil que os torneios que o Rickson participou no início dos anos 90 no Japão, e quando lutou no PRIDE, Rickson só participou das primeiras edições enfrentando japoneses desconhecidos e muito inferiores técnicamente, e fez sua última luta no ano 2000 nos EUA, também contra oponente desconhecido. Além disso, Royce nunca negou desafio, tendo inclusive aceitado voltar a lutar depois de ter ficado parado por quase 4 anos no ano 2000, e fazendo diversas lutas até o ano de 2007, em um tempo que a cada ano o MMA evoluía de uma forma impressionante, fato que o Rickson não fez.

Primeiro, Royce voltou e lutou pelo PRIDE, enfrentando japoneses técnicamente melhores dos que o Rickson havia enfrentado, como Kazushi Sakuraba, conhecido como “exterminador de Gracies” e que chegou a vencer lutadores como Vitor Belfort, Vernon White, Carlos Newton, Guy Mezger e Quinton Jackson; e enfrentou também Hidehiko Yoshida, que chegou a vencer nomes como Mark Hunt. Royce aceitou mais um grande desafio, quando enfrentou em 2006 o até então campeão do UFC Matt Hughes, perdendo no primeiro round, e por fim, fazendo uma revanche com Kazushi Sakuraba em 2007 vencendo por pontos.

De 2000 a 2007, Royce oscilou entre vitórias e derrotas, mas aceitou voltar a lutar em um tempo em que o vale-tudo se transformou em MMA, e os lutadores eram muito melhores técnicamente que no passado, onde o Jiu-Jitsu passou a ser um pré-requisito para todos os atletas, e por isso, muitos renomados atletas da atualidade que observaram tais atitudes, concordam que Royce Gracie foi o membro da família Gracie que mais se destacou nos ringues do MMA, enquanto isso, seu irmão Rickson Gracie, procurava imacular sua imagem de vencedor, criando um marketing pessoal, e sem lutar no MMA moderno.


Rickson com sua vitamininha matinal
Mas com relação à discussão pelo fato de o Rickson ter parado de lutar justo quando o esporte estava evoluindo rápidamente, e quando finalmente ele teria oponentes à altura, diferentemente do Royce que voltou e aceitou o desafio, existe um argumento a favor de Rickson que deve ser levado em consideração. É que quando o Royce fez sua última luta no MMA em 2007, ele estava com 40 anos de idade, e quando o Rickson fez sua última luta no ano 2000, ele já estava com 41 anos, idade mais avançada que a do Royce quando resolveu parar. Então, Rickson não lutou mais após o ano 2000, mais por causa da idade já relativamente avançada, e não que ele tenha fugido dos desafios, já o Royce, por ser mais novo e poder ter lutado até uma época onde o MMA estava muito mais competitivo, leva a fama justamente de ser o membro da família que mais se destacou no MMA, pois acabou enfrentando desafios muito maiores.

O grande erro de Rickson para muitos dos críticos, foi não ter se aposentado oficialmente após sua última luta no ano 2000, e passar a década seguinte inteira fazendo um marketing pessoal falso, alegando por diversas vezes que poderia vencer qualquer oponente da atualidade facilmente e a qualquer momento, inclusive a grande lenda no MMA entre os pesos-pesados, o russo Fedor Emelianenko, mas no final das contas, Rickson nunca esteve realmente disposto a voltar. Após a morte de seu filho Rockson em 2000, nunca mais lutou.

Rickson afirma ser o melhor de todos os tempos no MMA. O Gracie sempre diz aceitar os desafios contra os melhores, porém sempre pede uma bolsa absurda que faz com que nenhuma organização se proponha a pagar. Muitos dizem ser essa uma maneira que o mesmo utiliza para fugir das lutas. Recentemente, Rickson disse que lutaria com Sakuraba, se sua bolsa fosse maior que de todos os outros lutadores de MMA. Disse o mesmo quando questionado da possibilidade de retorno ao UFC.

O Retorno


Em entrevista exclusiva a Denis Martin da Sherdog, Rickson confirmou seu provável retorno aos ringues em 2008 (mais provavelmente na modalidade K-1), quando completará cinqüenta anos de idade: “Se o preço for justo, voltarei a competir”.

Posteriormente, pelo fato de não ter conseguido entrar em acordo financeiro na modalidade K-1, em Novembro de 2008, Rickson decreta sua aposentadoria no mundo do MMA em entrevista exclusiva para revista TATAME: “Não vejo a possibilidade de lutar de novo”.

Rickson é muito criticado por dizer, aos 50 anos, que só lutaria se lhe pagassem um cachê maior do que o de qualquer lutador (“Não aceito ganhar menos que ninguém. Não aceito ganhar igual a ninguém”, disse em entrevista à SPORTV em 2008).
Controvérsias


Rickson, especula-se, tem até então uma derrota, no campeonato Americano de sambô de 1993, em Norman, Oklahoma, onde ele teria sido derrotado pelo americano Ron Tripp. (carece de fontes)

Apesar de um cartel invejável, Rickson evitou muitas lutas nos novos moldes do então MMA. Quando o jiu jitsu tornou-se um pré-requisito para qualquer lutador, Rickson Gracie passou a viver mais da sua imagem passada de vencedor, do que lutando nos ringues; enquanto seu irmão Royce Gracie, procurava manter sua invencibilidade – cada vez mais difícil – nos ringues do UFC, Rickson recusava lutas sob a justificativa de valores abaixo de sua expectativa.

Curiosidades

•De uma maneira amorosa, seu maior “rival” em sua infância foi seu querido irmão Royce Gracie; nas festinhas da família, Hélio Gracie, para demonstrar as técnicas dos meninos à família, os colocavam para lutar.

•Apesar de ser extremamente técnico, Nakai foi o único adversário mais leve que Rickson (71 kg).

•Na sua última luta em MMA, contra Funaki, Rickson se lesionou após receber um direto no olho, teve uma retração do nervo ótico e lutou sem enxergar com os dois olhos por um tempo.

•Rickson aprimorou o Jiu-Jitsu e criou técnicas novas, fruto de seus incontáveis combates.

•O grande campeão Randy Couture, antes de entrar no MMA, foi até a academia de Rickson para receber alguns ensinamentos dele, Rickson o finalizou facilmente diversas vezes seguidas.

•Rickson Gracie invadiu a academia de Marco Ruas, que posteriormente veio a ser vencedor do UFC para desafiá-lo, Ruas pediu 3 meses para se preparar e Rickson respondeu “Eu já nasci pronto!!”. Muitas lendas giram em torno disso. Para os fãs de Rickson, Marco Ruas correu do duelo. Para os fãs de Marco Ruas, Rickson correu do duelo.

•Seu maior adversário, foi a morte de seu filho Rockson, vítima de overdose. A partir desse momento, Rickson se abateu e nunca mais pisou nos ringues para lutar.

•Fez uma pequena ponta no filme The Incredible Hulk, no qual é instrutor de defesa pessoal de Bruce Banner.

Ponto de vista

Em seminário no clube do Flamengo, no Rio de Janeiro, na quarta-feira, Rickson Gracie ensinou diversas de suas técnicas de Jiu-Jitsu para jovens e adultos da faixa-branca à preta – como Kron e Kyra Gracie, filho e prima do mestre faixa-vermelha-e-preta, e Pedro Valente, professor da Gracie Miami. Rickson tirou diversas dúvidas dos alunos ao fim do seminário, na disputada seção Perguntas e Respostas, algo clássico em suas aulas. Um participante então pediu sua opinião sobre o Jiu-Jitsu esportivo. “O Jiu-Jitsu de competição representa apenas 30% do Jiu-Jitsu real. Sem os demais 70%, que incluem defesa pessoal em pé, defesa de socos, técnicas de clinche e guarda para vale-tudo, o praticante não desenvolve integralmente a confiança para andar tranquilamente nas ruas, certo de que pode sobreviver a qualquer eventual confronto”.

MATÉRIA COMPLETA DA REVISTA FAIXA PRETA SOBRE RICKSON GRACIE:

Vindo de uma família, que praticamente já nasce de quimono, Rickson Gracie é considerado uma lenda do jiu-jitsu. Mundialmente conhecido, este sobrenome agrega peso e muita, muita responsabilidade.
Rickson dispensa maiores apresentações, mas ele sempre assumiu uma postura de quem nasceu para vencer.
Desprovido de muitos apegos, ele gosta de pensar e analisar o ser humano.
Como já entrevistei seu pai, Hélio Gracie, pude perceber que Rickson mantém vivo o legado Gracie. Digo legado, não apenas pela parte física da coisa, mas, por outro lado, pelo prisma emocional e filosófico.
Hélio possuía um caderninho, onde estava escrito, quase, uma infinidade de adjetivos. Para cada um deles, ao lado, ele escrevia um conceito; uma explicação uma justificativa.
A partir dali, já se percebe o pensamento de um homem que foi o responsável pela criação de um jiu-jitsu, elaborado para o não uso da força. Esse jiu-jitsu deveria ser chamado Gracie Jiu-Jitsu, que foi aprimorado e, portanto, modificado, do jiu-jitsu inicial, praticado pelos monges budistas que atravessavam desertos e precisavam se defender de ataques. Entretanto, o jiu-jitsu acabou ficando, mundialmente conhecido como Brazilian Jiu-Jitsu. E a família Gracie famosa também, nos quatro cantos do planeta, devido, lá no início, quando Hélio desafiava lutadores para mostrar que o jiu-jitsu era uma arte marcial superior.
E isso acabou sendo confirmado pelas próprias lutas de Vale-Tudo, em que o jiu-jitsu aparecia, sempre, com muita eficiência.

Muitos membros da família são lutadores profissionais e professores, no Brasil e no exterior. Rickson mantém fiel a proposta do Hélio e dá exemplo de boa alimentação; conhecimento de si próprio e do ser humano, além de posturas e condutas na vida.
Rickson assumiu cedo a condição de um representante da família. As pessoas já se dirigiam a ele, desde criança, com determinados comentários, como: “Coloca o quimono…”; “você já sabe lutar?” ; “você vai ser campeão?”.
“Sendo assim, eu já absorvi desde garoto, esse conceito e pressão, ao mesmo tempo. Eu interiorizei que as pessoas estariam me olhando e que eu não poderia ser menos do que sou”, afirmou Rickson.
Apesar da pressão que sempre vivenciou por ser um Gracie, ele transformou essa energia, em esforço. Se havia algum sofrimento, este seria revertido para garra e determinação. Isso foi fazendo dele, um grande ídolo, que marcou gerações.
Devido à própria expectativa que foi criada, já no núcleo familiar, Rickson tem um grande auto-conhecimento; ele soube usar essa pressão para conseguir muitas vitórias.
O fato de ser Gracie também sempre gerou, nele, o estigma de ter um nome famoso que os outros não tem. Essa responsabilidade, sempre o obrigou a ser o melhor: treinar mais; se esforçar mais. Por ele ter uma boa estrutura emocional, o fez de forma sábia e segura.
Outro fator também presente no pensamento de seu pai e no seu é a questão da competição. Tanto para um, quanto para o outro, a competição acaba excluindo pessoas, que gostam de treinar, mas não possuem espírito competitivo. Em ambas opiniões, o jiu-jitsu tem um grande poder de modificar e equilibrar o ser humano. Quem é muito dono de si, pode se nivelar àquele que é mais humilde; o tímido é capaz de se soltar mais; aquele que usa força, vai ser capaz de perceber que a alavanca tem grande poder, enfim, que o jiu-jitsu pode nivelar uma turma e um ser humano.

O que fazer quando se luta com uma pessoa que acha que a força é o mais importante num treino de jiu-jitsu?
“Essa capacidade de entendimento profundo, do ser humano. A primeira atitude que tenho que tomar quando percebo que a pessoa está usando força é encontrar uma posição em que ele sinta uma certa impotência. Se essa pessoa achar que a força resolve o problema, ela vai, sempre, partir para a força. Outra alternativa que você pode fazer é cansar essa pessoa e deixá-la na exaustão . Aí eu pergunto: você, agora, está sem gás. Como vai resolver esta situação? Depois disso, ela vai começar a pensar de uma forma, que nunca havia pensado antes. Assim que essa pessoa tiver uma imagem despida de si própria, ela pode pensar num plano B.
Se você, acredita, que na hora do sufoco, existe um segundo plano. Quando o ser humano descobre isso, ele entra em contato com algo muito profundo, de si próprio. Ele encontra saída, onde esta parecia não existir.

Quais os benefícios que o jiu-jitsu pode trazer para a educação infantil?
Os benefícios para crianças, que o jiu-jitsu pode trazer, são inúmeros, seja no campo físico; intelectual e emocional. O jiu-jitsu atende a uma necessidade muito profunda do ser humano: que é de se conhecer.
O jiu-jitsu desenvolve auto-conhecimento das possibilidades; dos medos e, essencialmente, na sua capacidade de pensar sob pressão. Existem diversos fatores num treino: a pressão do oponente; as expectativas com o resultado. Todos os desconfortos fazem você ficar mais perto de situações trazidas pelo cotidiano. Existe um crescimento em cima dessa pressão; um ganho de maior estabilidade e auto-confiança. E com este crescimento, o indivíduo pode olhar para trás e dizer: “estou mais forte hoje, do que ontem”.
O jiu-jitsu aproxima as pessoas, não há frieza. Ele gera emoção; contato. O jiu-jitsu propicia a pessoa um nivel superior de conduta e condicionamento interno.
O conhecimento das suas reais necessidades é passado através do jiu-jitsu. Hoje, posso dizer que não consigo pensar o jiu-jitsu sem incorporá-lo às crianças.

O que você pensa a respeito do jiu-jitsu que é ensinado, hoje, nas academias?
A arte marcial pode se encaixar na vida de qualquer um, mas a competição, se encaixa na vida de alguns, daqueles que são favoráveis a isso. O lado da defesa pessoal abrange a família, como um todo. O chato disso tudo é que hoje, você entra numa academia de jiu-jitsu e dificilmente você vai ver um Programa de Fundamentos ou de Defesa Pessoal. Essa coisa muito “passa a guarda”, “sai de gravata”, treinamento competitivo é o que muito se vê. Não tiro o valor de um ambiente de competição, mas eu acho que a arte marcial atinge muito mais ao fraco e tímido do que apenas aquele grupo de pessoas que precisam apenas de um pouco mais de condição técnica. O jiu-jitsu tem muito a oferecer. Não podemos deixar que o extinto da competição seja a mola mestra dos treinos.
O que é, em sua opinião, ser um bom professor de jiu-jitsu?
O professor não pode ser aquele que se limita a mostrar posição. No jiu-jitsu, o professor é muito mais do que isso. Ele precisa ensinar como lidar com relações humanas. O jiu-jitsu prima pela eficiência e o professor, muitas vezes, acaba super valorizando isso e se esquece de formar o aluno em questões como respeito, por exemplo.
A partir do momento em que você abre a porta e entra um aluno, você acaba sendo responsável por ensinar alguma coisa para ele, que não se restringe, apenas, aos tatames e sim descobertas de si próprio e equilibrio. O professor precisa ter sensibilidade e fazer um trabalho individual. Eu não quero que meu aluno vá embora. Um, bom, professor de jiu-jitsu é um psicólogo. São atitudes baseadas no amor, porque ninguém deve estar ali apenas pelo dinheiro, da aula, e sim pelo amor ao que faz.
A minha idéia hoje é fazer as pessoas campeãs na vida: a pessoa que não conseguia olhar no olho, que passe a encarar. Isso para mim, vale mais do que muitas medalhas. Este valor agregado está sendo cada vez menos usado dentro do jiu-jistu. Essa é a minha missão e para o resto da vida.
Publicada na edição 31 da revista FAIXA PRETA DIGITAL.

Fonte: Wikipédia/Faixa Preta Digital