quinta-feira, 12 de julho de 2012
BIOGRAFIA DE CARLOS GRACIE
Todo praticante de jiu jitsu brasileiro deveria, em tese, conhecer a história de sua arte. Dito isto, todo praticante deveria, mesmo que superficialmente, conhecer também a história da família Gracie que foi quem popularizou a arte suave em nosso país. Já abordamos aqui no blog jiu jitsu uberlândia um pouco da história de Jigoro Kano e de Mitsuyo Maeda, o Conde Koma e já estava na hora de falarmos um pouco sobre os Gracie. O fato é que não foi apenas Hélio Gracie quem ajudou a popularizar o jiu jitsu no Brasil. O primeiro a ter contato com a arte sendo aluno direto de Conde Koma foi Carlos Gracie e é justamente sobre ele que iremos falar hoje.
Carlos Gracie, o patrono do Jiu Jitsu brasileiro
Carlos Gracie nasceu emBelém do Pará em 14 de setembro de 1902 e faleceu em 7 de outubro de 1994 e teve aulas diretamente com Mitsuyo Maeda, o conde Koma quando este veio para nosso país. Carlos Gracie foi filho de Gastão Gracie, que conheceu o Conde Koma pediu ao japonês que ensinasse jiu jitsu ao filho que era um jovem muito agitado, a fim de acalmar-lhe um pouco. Carlos é considerado o criador do sistema de luta jiu jitsu, mas na verdade o que ele aprendeu foi o budô judô, que nesta época era uma arte marcial completa oriunda do jiu jitsu. Algum tempo depois, quando Hélio Gracie modificou a arte é que ela foi “abrasileirada” sendo inclusive diferenciada do judô e recebendo o nome do jiu jits
É importante que o atual praticante de jiu jitsu saiba que não havia diferença naquela época entre jiu jitsu e judô. Inclusive o nome no Japão era Kano Ju-Jitsu e apenas algum tempo depois foi mudada para judô. O fato é que Carlos Gracie provavelmente tenha conhecido a arte com o nome Kano Ju-Jitsu vindo a adotar o nome Jiu-Jitsu posteriormente. O aluno mais famoso de Carlos foi Hélio Gracie, seu irmão mais jovem.
Carlos era de estrutura física desvantajosa para combates corporais e encontrou no Jiu Jitsu o meio de obter auto-estima e realização. Com apenas 19 anos Carlos já era professor desta arte, ministrando aulas e desafiando lutadores de sua época a fim de enaltecer a arte suave. Carlos tinha um sonho: tornar o Jiu Jitsu grande. Não me surpreenderia se ele já soubesse onde o jiu jitsu iria chegar…
Em 1925, Carlos Gracie abriu sua primeira Academia Gracie de Jiu-Jitsu no Rio de Janeiro. Tinha comoassistentes seus irmãos Oswaldo e Gastão, passando ainda, para sua guarda, os irmãos menores George, com quatorze anos, e Hélio, com doze anos. Carlos ensinava o jiu jitsu a todos eles.
Carlos não desenvolveu apenas sua técnica de treinamento físico e de combate como também toda uma filosofia e até mesmo uma dieta natural, concebida por ele mesmo, que veio a se tornar o embrião do que hoje é conhecido como dieta Gracie.
Disposto a consagrar o BJJ em todo o país, Carlos iniciou a tradição dos desafios Gracie, eventos nos quais ele convidava para combates os mais possantes lutadores da época, sempre no intuito de atrair a mídia e formar uma tradição familiar de grandes lutadores.
Carlos fez de quatro a cinco lutas célebres, sendo a última delas contra Rufino, em 1931, e outra no Rio de Janeiro, contra o capoeirista Samuel.
“Lá pelas tantas o Samuel se viu obrigado a agarrar os testículos dele“,
rememora Rilion, um dos vinte e um filhos de Carlos e também faixa-preta.
A mais famosa, no entanto, foi um clássico Gracie x Japão, realizado em São Paulo, em 1924, contra Geo Omori, que se proclamava representante do Jiu-Jitsu japonês (judô). Esse foi o combate que mais marcou a carreira de Carlos. Quase ao final dos três rounds de três minutos, ele encaixou uma chave inapelável no braço do adversário e olhou para o árbitro, que mandou seguir a luta. Então Carlos quebrou o braço do rival, mas este não se abalou e ainda causou uma queda em um desconcentrado Gracie, antes do final da luta, que terminou empatada e com ambos se reverenciando, isso em um tempo em que só “batendo ou dormindo” alguém saía derrotado.
A cena mais marcante, porém, ficou por conta da torcida paulista, que atirou os chapéus no ringue tão logo o brasileiro partiu o braço do adversário. “Ele se especializou no armlock“, atesta sempre orgulhoso Rilion, “Pois uma coisa era dar o armlock quando o cara dava bobeira, mas ele avisava antes, ‘vou te ganhar no armlock’, e o cara encolhia o braço. Então ele desenvolveu uma técnica de como buscar o braço quando o cara sabia que ele ia no armlock. A meu ver, isso é o início do aperfeiçoamento do Jiu-Jitsu Brasileiro, que é marcado por induzir o adversário ao erro, onde o mais fraco consegue superar o mais forte”.
Carlos Gracie aplicando armlock - FOTO GRACIEMAG
Ao se mostrarem capazes de derrotar adversários vinte e até trinta quilos mais pesados, os Gracie conquistaram notoriedade internacional e solidificaram o Gracie Jiu-Jitsu, que se diferencia da forma tradicional desse esporte devido ao aprimoramento da luta de chão e aos golpes de finalização.
Mais do que isso, eles conseguiram modificar as regras internacionais (estabelecidas pelo Jiu-Jitsu japonês) nas lutas que promoviam e com isso, pela primeira vez no mundo, mudaram a nacionalidade de uma luta ou esporte. Hoje o Brazilian Jiu-Jitsu é o estilo dessa arte marcial mais praticado no mundo, até mesmo no Japão.
Carlos Gracie morreu em 1994, com a idade de noventa e dois anos.
Palavras de Carlos Gracie:
PROMETE A TI MESMO
01 – Ser tão forte que nada possa perturbar a paz da tua mente.
02 – Falar a todos de felicidade, saúde e prosperidade.
03 – Dar a todos os teus amigos a sensação de que têm valor.
04 – Olhar as coisas pelo seu lado luminoso e atualizar teu otimismo em realidade.
05 – Pensar somente no melhor, trabalhar unicamente pelo melhor e esperar sempre o melhor.
06 – Ser tão justo e tão entusiasta com respeito ao êxito dos outros como és com o teu próprio.
07 – Esquecer os erros do passado e concentrar tuas energias nas conquistas do futuro.
08 – Manter sempre o semelhante alegre e ter um sorriso para todos os que a ti se dirijam.
09 – Empregar o maior tempo no aperfeiçoamento de ti mesmo, e nenhum tempo em criticar os outros.
10 – Ser grande demais para sentir desassossego, nobre demais para sentir cólera, forte demais para sentir temor e feliz demais para sentir contrariedades.
11 – Ter boa opinião sobre ti mesmo e proclama-la perante o mundo, mas não com palavras altissonantes e sim com boas obras.
12 – Ter a firme convicção de que o mundo estará ao teu lado, enquanto te mantiveres ao que há de melhor em ti.
Fonte: vários artigos e revistas, wikipedia, Carlos Gracie-a história de uma dinastia.
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